“Como mostra a prática com outras mercadorias, com outros produtos, se se pára de comprar num lugar, começa-se a comprar noutros”, afirmou Peskov, numa conferência de imprensa.
Segundo o porta-voz da presidência russa, “o mercado mundial é muito móvel e rico em direções alternativas”.
Peskov comentou assim as palavras do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que espera que a cimeira do bloco G7, que arrancou hoje no Japão, resulte num acordo sobre novas restrições ao comércio de diamantes russos, cortando assim uma via de financiamento de Moscovo para a sua invasão da Ucrânia.
“Tenho a certeza que o foco será restringir o comércio de diamantes”, garantiu Michel, que destacou que as discussões estão centradas “em como melhorar o controlo da origem” das pedras preciosas “e na implantação de um sistema eficiente”.
O representante do Conselho Europeu defendeu ainda que o mais importante é que o novo sistema “seja doloroso para a Rússia e eficaz para travar a sua máquina de guerra”, mas sem prejudicar os países que promovem as sanções.
O Reino Unido anunciou também novas medidas visando o setor de mineração da Rússia, incluindo o comércio de diamantes, que rende a Moscovo milhares de milhões de dólares todos os anos.
Londres vai impor ainda restrições a vários metais de origem russa, especificamente cobre, alumínio e níquel, além de estar a preparar uma nova ronda de sanções a 86 indivíduos e empresas ligadas ao Presidente russo, Vladimir Putin, e à indústria militar russa.
Os líderes do G7 já anunciaram em comunicado, depois de uma reunião à porta fechada, novas sanções contra a Rússia e reafirmaram o compromisso de ajudar Kiev “durante o tempo que for necessário”.
Até agora, três dos membros do G7 (Estados Unidos, Canadá e Reino Unido) impuseram sanções à entidade russa Alrosa, a maior produtora de diamantes do mundo e uma importante fonte de receita para Moscovo.
A Rússia exportou quase cinco mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) em diamantes em 2021, de acordo com o Observatório de Complexidade Económica, um portal de dados de comércio internacional criado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
A União Europeia comprou, no ano passado, diamantes russos no valor de mais de um mil milhão de euros, segundo dados da Eurostat.
Os Emirados Árabes Unidos, a Índia e a Bélgica estão entre os principais importadores.
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