“Quando o mundo precisa de consolidar esforços na luta contra a pandemia, Washington desfere um golpe no cimento da interação na esfera da saúde”, disse aos jornalistas a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Russia, Maria Zajárova, citada pela agência Interfax.

A representante da diplomacia russa questionou ainda sobre o que vão os Estados Unidos da América (EUA) dar em troca desta decisão de saída da OMS.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na sexta-feira que terminou o relacionamento entre os Estados Unidos e a Organização Mundial de Saúde, que acusou de ser inapta na gestão da pandemia de covid-19.

Donald Trump alega que a OMS não soube responder de forma eficaz ao seu apelo para introduzir alterações no seu modelo de financiamento, depois de já ter ameaçado cortar o financiamento norte-americano a esta organização das Nações Unidas, acusando-a de ser demasiado benevolente com o Governo chinês.

“Porque falharam em fazer as reformas necessárias e requeridas, terminamos o nosso relacionamento com a Organização Mundial de Saúde e iremos redirecionar os fundos para outras necessidades urgentes e globais de saúde pública que possam surgir”, disse Trump, em declarações aos jornalistas.

No início deste mês, o Presidente norte-americano tinha feito um ultimato à OMS, ameaçando cortar a ligação à organização se não fossem feitas reformas profundas na sua estrutura e no seu ‘modus operandi’.

Nessa altura, Trump suspendeu temporariamente o financiamento à OMS, no valor que está estimado em cerca de 400 milhões de euros anuais, o que corresponde a 15% do orçamento da organização.

Trump acusou a OMS de ter feito uma gestão ineficaz de combate à pandemia de covid-19 e de ter sido conivente com o Governo chinês, alegando que Pequim reteve informação relevante sobre a propagação do novo coronavírus, que aumentou os riscos da crise sanitária global.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 362 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,4 milhões de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (mais de 102.201) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,7 milhões).