A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) tem concluído o projeto de conservação da fachada principal do monumento e vai lançar este ano o concurso público, no valor de 700 mil euros, para essas obras, disse aos jornalistas a diretora-geral Paula Silva.

“São obras de conservação e de resolução de patologias, tendo em conta que são edifícios muito antigos”, explicou, adiantando que vão decorrer durante um ano.

Na quinta-feira, vai ser assinado o contrato com a empresa que vai executar a empreitada de 320 mil euros para obras no interior da ala norte do monumento, que começaram na terça-feira.

A empreitada engloba obras na antiga portaria do convento e atual Sala das Conclusões do monumento, onde vai passar a ser feita a entrada de visitantes e vai ser criada uma loja.

“Do ponto de vista do percurso museológico, em lado nenhum se entra pela igreja e deve haver uma entrada própria, porque a igreja é um espaço de culto e exige silêncio e pouca confusão”, justificou a diretora-geral do Património Cultural, Paula Silva, acrescentando que a intervenção vem também melhorar as condições de acolhimento dos visitantes.

As obras vão decorrer até ao final do ano, sem interferir no acesso à igreja.

A intervenção vai possibilitar a reorganização da receção do Mosteiro de Alcobaça e retirar da igreja “um balcão destinado à venda de ingressos e posto de loja”, explicou a DGPC.

A entrada dos visitantes no monumento passará a ser feita pela antiga portaria do mosteiro, no antigo Palácio das Hospedarias, com a designação de Ala Norte.

Uma mudança que Paula Silva disse corresponder "a um anseio, de há décadas, da comunidade local, da Paróquia de Alcobaça e da própria tutela do mosteiro".

A alteração do circuito de entrada de visitantes tem gerado alguma contestação, da parte de partidos políticos e entidades que alegam ir a intervenção vedar o acesso dos crentes à igreja do mosteiro, onde é celebrado culto.

“A entrada da igreja permanecerá aberta e nunca houve a intenção de fechá-la”, assegurou a DGPC.

A diretora-geral garantiu ainda que “o portal principal permanecerá aberto”, quer durante a obra, quer depois, e que o acesso à igreja “em momento algum será interditado".

A única diferença, acrescentou, é que, “quem pretende visitar o monumento completo, ou seja, igreja e antigos lugares regulares, será direcionado para a nova receção, através de sinalética e com a ajuda de colaboradores do mosteiro”.

A obra contemplará também a transferência da loja, atualmente instalada no antigo Parlatório, para a Sala das Conclusões, com acesso direto pela fachada principal, onde o visitante finalizará a visita.

As obras integram-se numa candidatura conjunta do Convento de Cristo, Mosteiro da Batalha e Mosteiro de Alcobaça ao Programa Operacional do Centro Portugal 2020 – Operação Património Cultural da UNESCO.