A ANTP esteve hoje reunida com o secretário de Estado das Infraestruturas, tendo pedido este encontro para saber o ponto de situação das negociações com os representantes dos motoristas e também para exigir fazer parte das negociações.

Em declarações à Lusa, o presidente da ANTP, Márcio Lopes, afirmou ter tido garantia do Governo de que esta associação vai ser chamada para participar na próxima reunião negocial, para a qual não foi apontada nenhuma data.

O mesmo responsável acrescentou ainda ter transmitido ao Governo a necessidade de promover uma realização coletiva, em que estejam presentes os sindicatos e os representantes das transportadoras, para que seja possível chegar a um acordo.

“Para negociarmos com os sindicatos, primeiro temos de negociar com o Governo para encontramos soluções para o setor”, precisou o presidente da Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas, sublinhando a necessidade de ser criada regulamentação que ajude a garantir a sustentabilidade das empresas.

Apesar da garantia de que a ANTP vai ser ouvida nestas negociações, Márcio Lopes não descarta a possibilidade de uma paralisação.

“Poderá, juntamente com a greve dos motoristas, haver uma greve dos transportadores. Tudo está em aberto”, precisou para sublinhar “que o Governo devia fazer mais”.

“Chegou a altura de o Governo parar para pensar que este não é um setor igual aos outros, porque não é, tudo depende dos transportes”, precisou.

Antes deste encontro, em declarações à Lusa, Márcio Lopes criticou o silêncio do Governo que, durante semanas, não respondeu aos pedidos de reunião da ANTP, tendo reiterado que há “uma certa revolta entre os empresários”, por não terem sido contactados pelo Governo dando conta das negociações com os motoristas, uma vez que vão ser afetados pelos aumentos salariais destes trabalhadores, já aprovados para o final do ano.

“Já foi aceite o aumento para os 700 euros no final do ano [e isso é algo] que o setor não suporta”, salientou o presidente da ANTP.

A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

O Governo terá que fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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