O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, disse hoje que 14 trabalhadores não cumpriram a requisição civil decretada pelo Governo na greve dos motoristas.
Sobre esta questão, o porta-voz da Antram, André Matias de Almeida, confirmou à agência Lusa as 14 situações, lamentou-as profundamente e disse esperar que “não se repita por estes ou outros trabalhadores porque constitui um crime de desobediência”.
Matias de Almeida disse esperar que tenha sido um caso isolado, explicando que é preciso perceber também os motivos pelos quais estes trabalhadores incumpriram a requisição civil decretada pelo Governo devido à greve, por tempo indeterminado, dos motoristas.
“A última coisa que as empresas e a Antram querem é acusar criminalmente ou disciplinarmente os seus trabalhadores. A única coisa que desejamos é que o ambiente pudesse ser de paz social”, garantiu.
Nos casos de crime de desobediência cabe ao Ministério Público agir judicialmente.
O ministro do Ambiente e da Transição Energética disse que foi comunicado pelas empresas ao ministério o não cumprimento da requisição civil por parte de 14 trabalhadores, numa conferência de imprensa, em Lisboa, de balanço do segundo dia da greve dos motoristas.
João Pedro Matos Fernandes informou também que a 11 desses trabalhadores "já foi feita a devida notificação”, referindo que primeiro é feita a “notificação do incumprimento e depois é que há a notificação de estarem a cometer um crime de desobediência".
Em relação aos restantes três trabalhadores, estão ainda "por encontrar e notificar", acrescentou o governante.
Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o segundo dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar a requisição civil, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
Portugal está, desde sábado e até às 23:59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação, o que permitiu a constituição de uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 de acesso público.
A greve que começou na segunda-feira foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, com o objetivo de reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
Ao fim do primeiro dia de paralisação, o Governo decretou a requisição civil, alegando o incumprimento dos serviços mínimos.
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