"Tenho informação de que há uma serie de camaradas nossos convocados e escalados para responder à chamada do transporte destes materiais e estamos muito preocupados com as condições em que estas coisas estão a ser feitas. Há materiais que carecem de alguma preparação e cuidado. Quais serão as condições de segurança do próprio e de segurança para os cidadãos que vão ser servidos? Não é em dois ou três dias de formação que se resolve porque isto são tarefas da maior exigência", disse à Lusa António Lima Coelho.
Segundo o dirigente da ANS, "nas Forças Armadas há condutores preparados para vários tipos de transporte, com formação e indicações específicas, mas aqui trata-se não só de combustíveis, mas também de matérias químicas, explosivas, radioativas, perigosas se não forem manuseadas por gente com conhecimento da matéria".
"Os militares estão ao serviço do povo português e nunca por nunca deixarão de responder ao apoio a quem servem e juraram servir. Agora, não podem ser usados como arma de arremesso político-partidário conforme dê jeito a alguns partidos ou governos. Espero que impere o bom senso e não se extremem mais as posições e deixe de haver aproveitamentos da situação", desejou.
Hoje mesmo o ministro do Ambiente e Transição Energética confirmou a formação específica de 521 elementos das forças de segurança (PSP e GNR) e das Forças Armadas para ultrapassar alguns efeitos da greve,
O Governo declarou também hoje o estado de crise de emergência energética por 12 dias, a partir da meia-noite e até às 23:59 de dia 21 de agosto, além dos já decretados serviços mínimos entre 50% e 100% para a paralisação dos motoristas de mercadorias, que se inicia na segunda-feira, por tempo indeterminado.
Os serviços mínimos serão de 100% para abastecimento destinado à REPA - Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, portos, aeroportos e aeródromos que sirvam de base a serviços prioritários, bem como para abastecimento de combustíveis para instalações militares, serviços de proteção civil, bombeiros e forças de segurança.
Para abastecimento de combustíveis destinados a abastecimento dos transportes públicos foram decretados serviços mínimos de 75% e nos postos de abastecimento para clientes finais os serviços mínimos são de 50%.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que acusam a associação patronal Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
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