“A Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) está a acompanhar, com preocupação, todas as dificuldades relativas à entrada em operação nestes municípios, lamentando o impacto que as mesmas têm causado junto dos passageiros”, lê-se num comunicado hoje divulgado.
A Carris Metropolitana entrou em funcionamento no dia 01 de junho naqueles municípios do distrito de Setúbal, mas têm-se registado várias queixas juntos dos passageiros.
Em declarações à agência Lusa, Fernando Fidalgo, da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, disse que hoje cerca de 90% das carreiras urbanas e interurbanas da Carris Metropolitana previstas na região de Setúbal não se realizaram porque os motoristas desconheciam os percursos e as paragens definidas pelo novo operador.
De acordo com o sindicalista, “os trabalhadores não tinham conhecimento nem dos novos percursos nem dos novos horários e, ainda por cima, as chapas de serviço (onde está toda a informação sobre o serviço que o trabalhador vai fazer durante o dia, onde faz os intervalos e refeições) estavam em espanhol”.
O sindicalista referiu que, perante esta situação, “a Fectrans e outros sindicatos reuniram-se com os trabalhadores, fez-se um levantamento dos problemas, reuniu-se com a administração da Alsa Todi” e chegou-se à “conclusão que seriam retomados os serviços e os horários da anterior operadora, que era a TST, durante um período de 15 dias”.
Durante este período, a Alsa Todi irá “dar a formação necessária aos trabalhadores, para que possam depois fazer os novos serviços e os novos horários”, acrescentou.
Segundo Manuel Oliveira, do Sindicato dos Motoristas e Outros Trabalhadores, os motoristas da Carris Metropolitana ao serviço da empresa Alsa não entraram hoje ao serviço de forma habitual devido a um problema operacional que os deixou sem saber que trajetos iriam fazer.
À Lusa, o sindicalista disse que “terá havido um problema operacional e estes motoristas não sabiam que serviço iriam fazer, e a maior parte não conhecia os percursos dos serviços”.
Na nota enviada esta tarde, a TML, entidade que gere a operação da Carris Metropolitana, refere que a Alsa Todi “assumiu contratualmente um nível de serviço que ainda não conseguiu atingir, nomeadamente no que diz respeito ao cumprimento de horários e disponibilização de informação ao público”.
“A TML tomou hoje conhecimento que algumas destas falhas de serviço se devem a questões laborais entre a Alsa Todi e os seus trabalhadores, estando, no entanto, a desenvolver todos os esforços para garantir que a operação da Carris Metropolitana seja realizada nos termos contratuais definidos, com vista à rápida e completa resolução das atuais situações de incumprimento”, indica o comunicado.
Ainda segundo a nota, a TML tem a expectativa que a operação na chamada “área 4”, que corresponde àqueles municípios, possa retomar o seu funcionamento, a partir de terça-feira, efetuando os horários do operador anterior.
“Estamos a trabalhar no sentido de garantir que o novo operador possa superar os incumprimentos nesta fase de arranque inicial e assegurar a oferta prevista para a nova operação”, acrescenta a TML.
A agência Lusa tentou ouvir a administração da Alsa Todi, mas não foi possível em tempo oportuno.
Os novos autocarros amarelos da Carris Metropolitana começaram a operar em 01 de junho em Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, num primeiro passo para uniformizar os transportes rodoviários de passageiros nos 18 municípios Área Metropolitana de Lisboa (AML).
Os autocarros destes concelhos têm também desde quarta-feira passada uma nova numeração das carreiras, novos horários, uma redução de 902 tipos de bilhetes para apenas três, novo ‘design’ nos passes e bilhética e algumas, embora poucas, alterações à localização das paragens.
Foram criadas quatro zonas de operação, duas envolvendo municípios da margem norte do Tejo e outras duas na margem sul.
A ‘área 1’ inclui Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra, a ‘área 2’ Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira, a ‘área 3’ Almada, Seixal e Sesimbra e a ‘área 4’ Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.
Nas restantes áreas, a operação começará dentro de um mês, em 01 de julho.
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