“O próximo encontro de massa de todo o povo francês acontecerá no sábado, 24 de novembro (…) em Paris intramuros”, lançou num vídeo Frank Buhler, um dos iniciadores do movimento e responsável do partido soberanista ‘Debout la France’ no sudoeste do país.
Na página “Frank Buhler – Blog politique – Patriosphère Infos”, o ativista apela a todos que percorram as ruas de Paris “a pé, a cavalo ou de carro”, repartindo-se por toda a cidade.
“A 24 de novembro será Paris bloqueada, a 24 de novembro será Paris cidade morta”, acrescenta Buhler num vídeo colocado no domingo e que hoje às 15:00 já tinha 186 mil visualizações e mais de 14 mil partilhas no Facebook.
Uma outra página na mesma rede social, intitulada “Acte 2 Toute la France à Paris”, criada por Eric Drouet, apela a uma manifestação no sábado na Praça da Concórdia, em Paris.
“Esperamos toda a gente, camiões, autocarros, táxis, agricultores, etc…. Toda a gente !!!!!!”, pode ler-se na página.
Às 15:00 de hoje, 24 mil utilizadores do Facebook já tinham aceitado o convite para participar e 166 mil tinham manifestado “interesse” no evento.
Os protestos dos “coletes amarelos”, numa referência aos coletes amarelos que todos os automobilistas devem ter nos automóveis para se tornarem visíveis, começaram no sábado de manhã e mobilizaram centenas de milhares de pessoas em todo o país.
Segundo relatam os jornalistas da Agência France-Presse (AFP), marchas lentas e bloqueios, alguns dos quais foram mantidos durante a noite, persistiam hoje de manhã nalgumas estradas periféricas pelo terceiro dia consecutivo de mobilização, marcado pelos primeiros bloqueios de postos de postos de abastecimento de combustível.
Uma pessoa morreu e mais de 400 pessoas ficaram feridas nos bloqueios organizados em França desde o fim de semana, segundo o Ministério do Interior francês.
Os protestos afetaram também mais de 10 mil camionistas portugueses, disse à Lusa o presidente da Associação de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias.
Os “coletes amarelos” são um movimento cívico à margem de partidos e sindicatos criado espontaneamente nas redes sociais e alimentado pelo descontentamento da classe média-baixa.
O movimento, que alargou os protestos contra a carga fiscal em geral, é um novo obstáculo para o executivo de Emmanuel Macron, que decidiu aumentar os impostos dos combustíveis para promover a transição energética.
O Governo decretou um aumento dos impostos dos combustíveis de 7,6 cêntimos por litro para o ‘diesel’ e de 3,9 cêntimos para a gasolina e, a partir de janeiro, serão aplicadas taxas adicionais a estes produtos de 6 e de 3 cêntimos, respetivamente.
Os “coletes amarelos” têm o apoio de 74% da população francesa, segundo uma sondagem publicada na passada sexta-feira.
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