A iniciativa vai decorrer entre as 10:30 e as 12:00, junto ao edifício do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), revelou hoje à agência Lusa a porta-voz do MUSP no distrito de Évora, Lina Maltez.

Esta ação, sublinhou, realiza-se porque "há o perigo de encerramento da Urgência Pediátrica do HESE", o que, a concretizar-se, será "muito grave", pelo que "devia haver um esforço do Ministério da Saúde para manter o serviço aberto".

A porta-voz realçou que "não vai ser uma iniciativa de massas", porque o movimento não quer de "forma nenhuma aumentar o afluxo de pessoas ao HESE", devido à pandemia de covid-19.

"Vão lá estar poucas pessoas" do MUSP do distrito de Évora e, durante aquele período, "quem quiser, com o cumprimento das regras de segurança, pode passar, preencher e assinar os postais, que propomos, depois, fazer chegar à ministra", referiu Lina Maltez.

"É uma forma de lhe fazer ver que queremos a Urgência Pediátrica de Évora", acrescentou.

Em comunicado enviado hoje à Lusa, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) solidarizou-se com a iniciativa, considerando que "a mobilização dos utentes e dos profissionais de saúde é essencial na mensagem que urge fazer chegar à ministra da Saúde e ao Governo".

"É imperativo reforçar as equipas médicas para que o hospital de Évora continue a prestar cuidados médicos pediátricos especializados às crianças, sobretudo numa região de difícil acesso aos serviços de saúde", sublinhou.

O HESE implementou esta semana "um novo modelo de atendimento" no Serviço de Urgência Pediátrica para "garantir a assistência às crianças e jovens do Alentejo" e procurar contrariar a falta de pediatras.

"Entre agosto e setembro, o Serviço de Urgência Pediátrica (SUP) do HESE viu reduzida a sua equipa em sete elementos", mais precisamente quatro pediatras por baixas médicas e três por rescisão de contrato, lembrou o conselho de administração.

Apesar das "múltiplas tentativas de contratação de pediatras" efetuadas, ainda “não houve uma resposta que permitisse colmatar aquelas ausências de forma sustentada", lamentou o HESE.

O novo modelo de atendimento neste serviço, desenhado em articulação com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, "mantém o atendimento pediátrico urgente com um pediatra de presença física - continuando-se a recorrer a prestadores de serviços, se tal se revelar necessário - e com um ou dois médicos com treino pediátrico, que farão o primeiro atendimento", revelou o hospital.

Fonte do HESE contactada pela Lusa precisou que, antes, o atendimento dos utentes no SUP era efetuado por dois pediatras e um médico de clínica geral, passando agora a escala a ser assegurada por um pediatra, dois médicos com treino em atendimento pediátrico e, quando necessário, um segundo pediatra.

"As instalações mantêm-se as mesmas, assim como o circuito destes doentes. No entanto, a afetação dos recursos humanos e das instalações atuais passarão a estar sob a responsabilidade do Serviço de Urgência Geral, à semelhança do que acontece com outras especialidades, tais como a ortopedia, a medicina interna ou a cirurgia geral", esclareceu a unidade hospitalar.

O HESE indicou ainda que este modelo "será transitório até ao regresso dos pediatras que se encontram de baixa, em conjunto com o preenchimento das vagas atribuídas pelo Ministério da Saúde no concurso de especialistas".