“Estamos muito satisfeitos e, a ser efetivamente verdade que o consórcio desistiu da intenção de avançar com a exploração de petróleo na costa alentejana, é uma notícia muito boa para as populações do Alentejo Litoral”, disse hoje à agência Lusa Eugénia Santa Bárbara, dirigente do movimento ALA.
Considerando tratar-se de "uma surpresa” e alegando desconhecer mais detalhes da decisão, “a não ser o que foi divulgado pelos órgãos de comunicação social”, Eugénia Santa Bárbara afirmou “estar expectante” para saber mais pormenores sobre os motivos que motivaram o abandono do projeto.
“Esperávamos que a decisão fosse tomada pelo Governo, não sendo, foi tomada pelas empresas, mas ficamos muito satisfeitos que assim tenha sido, porque o mais importante é que não tenham avançado com esta nova atividade na nossa costa”, acrescentou.
Apesar de saber “poucos pormenores” sobre o anúncio do consórcio Eni/Galp, o movimento Alentejo Litoral pelo Ambiente espera que a decisão recaia sobre as três concessões previstas para a bacia do Alentejo.
“Não sabemos se se trata de apenas uma ou das três concessões que são geridas em conjunto. O primeiro furo, que estava previsto a cerca de 40 quilómetros da costa de Aljezur, denominava-se 'Santola', mas há outras duas [concessões], que são contíguas, a norte e a sul, que julgamos estarem abrangidas”, avançou.
A decisão, segundo a mesma dirigente, constitui “uma vitória para todas as associações e movimentos que se têm empenhado bastante nesta luta".
"Conseguir este resultado é importante para travar outras lutas, que, no futuro, sejam importantes, porque atualmente em Portugal está muita coisa em causa, não só do ponto de vista ambiental, como da sustentabilidade”, sublinhou.
A Galp e a Eni decidiram abandonar o projeto de prospeção de petróleo em Aljezur, ao largo da costa alentejana, já que “as condições existentes tornaram objetivamente impossível” prosseguir as atividades de exploração.
“A Galp e a Eni tomaram a decisão de abandonar o projeto de exploração de fronteira na bacia do Alentejo. Apesar de lamentarmos a impossibilidade de avaliar o potencial de recursos ‘offshore’ [no mar] do país, as condições existentes tornaram objetivamente impossível prosseguir as atividades de exploração”, referem as empresas numa nota hoje divulgada.
As duas empresas escusam-se a fazer “comentários adicionais” dada “a existência de diversos processos judiciais em curso”.
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