O presidente do partido considerou “certa a decisão de devolver a voz ao povo”, mas salientou: “face à impossibilidade de confiar nas propostas e nos nomes que se perfilam no partido de governo que nos trouxe até ao estado em que se encontra o Estado, o MPT apela à criação de uma solução de governo que una vários partidos numa coligação pré-eleitoral”, indicou, em comunicado.
Pedro Soares Pimenta lembrou que “essa solução existiu já no passado e chamava-se AD, Aliança Democrática, que teve a primeiro maioria absoluta em Portugal nos anos 80, sendo, infelizmente, terminada através do desaparecimento físico do líder, Francisco Sá Carneiro”.
O mesmo dirigente recordou que “a última grande vitória eleitoral da direita contra forças da esquerda obteve sucesso quando essa AD funcionou, nomeadamente nas eleições para a Câmara Municipal de Lisboa, quando a coligação que elegeu Carlos Moedas soube unir os esforços iniciados, anos antes, com o resultado histórico de Assunção Cristas para a mesma autarquia”.
Por isso, “o MPT não pode deixar de insistir na necessidade histórica de apresentar uma solução agregadora”, afirmou. E, por isso, o MPT “vem manifestar a intenção de iniciar conversações para que seja criada uma coligação de cariz pré-eleitoral de forma a evitar a progressão de forças radicais, como se teme”.
O Presidente da República anunciou, na quinta-feira, que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
O chefe de Estado anunciou também que vai adiar o processo formal de demissão do Governo por decreto para permitir a aprovação e entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2024.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e o 'data center' de Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
Na investigação, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.
No dia da demissão, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça.
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