“Essas alegações são infundadas”, disse Adani à televisão indiana India Today, acrescentando que, tal como o primeiro-ministro, Narendra Modi, ser do estado de Gujarat, na costa oeste da Índia, o torna um “alvo fácil”.

“O meu êxito profissional não se deve a um único líder, mas às reformas políticas e institucionais iniciadas por vários líderes e governos durante um longo período de mais de três décadas”, garantiu o magnata.

Os críticos do empresário dizem que a proximidade de Adani com Modi ajudou o empresário a fechar negócios e evitar o escrutínio adequado.

O Governo de Modi manteve-se, até agora, em silêncio sobre um relatório da empresa de investimentos norte-americana Hindenburg Research, que acusa o grupo de Gautam Adani de estar envolvido em fraudes, mesmo depois de a oposição ter exigido uma investigação ao caso.

Nos últimos anos, Adani injetou dinheiro em setores como agricultura, defesa e energias renováveis, todos vistos como altas prioridades para o Governo indiano.

Vários projetos de infraestruturas do grupo Adani no estrangeiro, em países como Sri Lanka e Tanzânia, têm concorrido diretamente com rivais chineses.

Na terça-feira, Gautam Adani concluiu a aquisição de um dos principais portos de Israel, em Haifa, localizado perto de um porto operado pelo grupo chinês Shanghai International Port.

O grupo Adani tem sete empresas cotadas em bolsa e muitas delas registaram hoje fortes quedas, entre as quais a Adani Enterprises e a Adania Total Gas, tendo inclusivamente sido suspensas as negociações, na sequência das acusações de fraude pela empresa de investimentos norte-americana.

A capitalização de mercado combinada do grupo caiu mais de 100 mil milhões de dólares (91,8 mil milhões de euros) desde a divulgação do relatório, em 25 de janeiro.

Dois dias depois, Adani cancelou uma oferta de ações da Adani Enterprises, uma das maiores operações bolsistas da Índia, na qual esperava angariar cerca de 200 mil milhões de rupias (2,25 mil milhões de euros), devido à investigação da Hindenburg Research.

O relatório mostrou que várias das empresas chave de Adani arrastavam uma “dívida substancial” que coloca todo o conglomerado “numa situação financeira precária”, depois de décadas de valorização.

A Hindenburg Research acusa o Adani Group de ter usado transações de partes relacionadas não divulgadas e manipulação de lucros para “manter a aparência de sólida saúde financeira e credibilidade” das subsidiárias cotadas.

O relatório indica que um “modelo de indulgência do governo com o grupo” de décadas deixou investidores, jornalistas, cidadãos e políticos relutantes em questionar a conduta do grupo “por medo de represálias”.

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