Depois da estreia com empate 3-3 com a Espanha, na sexta-feira, em Sochi, com um ‘hat-trick’ do avançado do Real Madrid, Portugal procura os três pontos perante um dos seus carrascos no Mundial de 1986, no México (3-1), e que, na Rússia, já não tem margem de manobra, após derrota por 1-0 com o Irão, de Carlos Queiroz.
O selecionador Fernando Santos pontuou a exibição de Portugal frente ao rival ibérico com nota seis, em 10, lamentando pouca agressividade perante a posse de bola de Espanha.
Na quarta-feira, em Moscovo, a história deve ser bem diferente, até porque desta vez não há dúvidas sobre qual a seleção com responsabilidade de assumir a iniciativa.
A derrota da Alemanha, campeã do Mundo, ante o México (1-0) e os empates de Brasil e Argentina frente a Suíça e Islândia, respetivamente, ambos por 1-1, são avisos mais do que suficientes para a inexistência de desafios vencidos antecipadamente pelo estatuto.
O campeão da Europa, quarto do ‘ranking’ FIFA, sabe que não se pode deixar enganar pelo resultado do rival frente ao Irão, uma vez que Marrocos, atual 41.º da hierarquia, foi a equipa com a iniciativa do jogo e dominou todas as estatísticas, sendo traída por um golo na própria baliza já em período de descontos.
“O resultado não foi o que aconteceu no encontro. Criaram muitas oportunidades. Na minha opinião, mereciam ter ganhado. Isso mostra também poder ofensivo e de contra-ataque que têm. Temos de analisar bem esta situação para não sermos apanhados de surpresa”, reconheceu o médio português Adrien, no domingo.
A seleção de Hervé Renard conta com 17 atletas nascidos fora de Marrocos e da convocatória de 23, 21 atuam em formações estrangeiras, sobretudo europeias, o que explica a mentalidade e cultura tática diferente da típica seleção africana.
Os ‘leões do atlas’, que perderam após 18 partidas invictos, voltam a um Mundial 20 anos depois, com um renovado espírito guerreiro, apoiado numa equipa sólida, com fama de ser mais perigosa a atacar do que segura a defender.
Como principais referências, tem Benatia, defesa central da Juventus, Achraf Hakimi, lateral direito do Real Madrid, e os médios ofensivos Belhanda e Hakim Ziyech, o grande criador de jogo, respetivamente do Galatasaray e do Ajax, contando ainda com o ex-português Manuel da Costa.
Desta vez, espera-se que a equipa lusa seja semelhante à inspiração de Cristiano Ronaldo, já líder dos marcadores, pois a ambição de chegar longe exige isso mesmo.
“Ter o melhor do mundo é sempre bom. Espero continuar a ter. É importante para qualquer equipa. Ainda bem que é português”, congratulou-se Fernando Santos, elogiando a “capacidade técnica, física e mental impressionantes do melhor do mundo”.
Das apostas do primeiro exame podem resultar algumas alterações, sobressaindo a de Gonçalo Guedes, pouco feliz com a Espanha, que pode ceder o lugar a André Silva, que acompanhou Cristiano Ronaldo em todo o apuramento.
Fernando Santos não tem sido apologista de muitas alterações, sendo cirúrgico nas opções: João Mário poderá recuperar o lugar a Bruno Fernandes, Ricardo é um lateral mais ofensivo do que Cédric e Rúben Dias tem mais velocidade do que José Fonte, quando Portugal deve jogar com as linhas mais avançadas, mais exposto ao contra-ataque.
Portugal e Marrocos defrontam-se na quarta-feira, a partir das 15:00 locais (13:00 em Lisboa), no Estádio Luzhniki, em Moscovo.
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