O mural, intitulado A Luta Contra o Terrorismo, cobre um muro de 12 metros num pátio colonial em Morelia, Michoacán, no México, e retrata uma história de perseguição e resistência desde os tempos bíblicos até à atualidade.

Figuras gigantescas e ameaçadoras caminham por uma parede coberta de alusões à vida de Jesus, à Inquisição Espanhola e ao Ku Klux Klan, ao lado de símbolos nazis e comunistas e ferramentas de tortura.

Após anos de trabalho para restaurar o poder visual original da pintura, o mural será inaugurado novamente esta sexta-feira, avança o jornal The Guardian.

Pintado em 1934, foi a primeira grande encomenda de Philip Guston e Reuben Kadish, dois artistas filhos de imigrantes judeus nos EUA e que viviam em Los Angeles numa época de grande agitação política.

O moral surge quando em Morelia, Gustavo Corona, o reitor da universidade, queria transformar a cidade na “Florença do México” e convidou artistas para pintar murais – inclusive em todo o edifício colonial do século XVIII que então abrigava a universidade.

Siqueiros e Diego Rivera terão passado seis meses em Morelia a pintar este moral que depois foi esquecido e escondido.

Na década de 1940, o gerente do prédio que abrigava o mural, então um museu, começou a cobiçar uma pintura de propriedade da igreja, que retrata a transferência de freiras enclausuradas de um convento para outro. A pintura acabou por lhe ser vendida com a condição de tapar o antigo moral, e assim aconteceu.

Trinta anos depois, o mural foi redescoberto por acidente enquanto estavam a fazer manutenção, mas estava bastante danificado.

Foram necessários dois anos para reparar os danos e restaurar as cores originais, sublinha o jornal britânico.