Com um concerto acústico anunciado para 06 de julho no Mosteiro da Batalha, Património Mundial da UNESCO, para assinalar o Ano Europeu do Património Cultural, Lloyd Cole estará antes no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Guimarães, no dia 24 de maio, no Teatro das Figuras, em Faro (dia 26), no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém (dia 27), e no Teatro Aveirense, em Aveiro (dia 30), para o espetáculo “Speaking of Chance”.
Na sua conta no Twitter, Lloyd Cole anunciou a vinda a Portugal para “tocar música eletrónica com André Gonçalves e Luís Fernandes” em quatro concertos com composições originais envolvendo “espontaneidade e acaso”.
Em declarações à Lusa, Luís Fernandes salientou que Lloyd Cole “tem mantido nos últimos anos uma faceta menos visível a operar no campo da eletrónica” e que o contacto entre os três surgiu já há alguns anos, tendo chegado a estar prevista uma atuação em 2015, que acabou por não acontecer por motivos técnicos.
“Tivemos esta ideia de pôr isto no palco e de fazer uma ‘micro-tour’ a partir de um conceito muito específico de trabalhar elementos que partem da aleatoriedade para gerar música em tempo real”, afirmou Luís Fernandes, que realçou que “não serão canções nem será nada cantado”, mas apenas temas instrumentais.
A composição está a ser feita em separado por cada um dos músicos, que se vão reunir numa residência artística em Guimarães, dias antes dos concertos.
Na apresentação do espetáculo, os promotores afirmam que “Speaking of Chance” tem por “ideia basilar” a herança da “aleatoriedade” existente tanto na composição musical dos séculos XX e XXI, através de nomes como John Cage, Pierre Boulez, Brian Eno ou Morton Feldman, como já em W.A. Mozart, que, “de certa forma, recorria a este conceito nas suas improvisações”.
“Operando, em palco, uma armada de sintetizadores modulares, o trio recorre a técnicas de aleatoriedade controlada para esculpir um universo sonoro imersivo e etéreo baseado em padrões rítmicos, harmónicos e melódicos, gerados pelas máquinas, de acordo com as limitações que lhes são impostas. O acaso tratará de assegurar um resultado tão único quanto irrepetível”, acrescentam.
Questionado sobre a possibilidade de passos futuros, depois dos concertos, Luís Fernandes afirmou que ainda não pensaram sobre o que vem depois dos concertos, estando “muito entusiasmados” com as atuações marcadas.
“Só queremos tomar decisões sobre repetições ou gravações após esta sequência de concertos que será uma experiência e nunca sabemos o que pode acontecer”, disse à Lusa.
André Gonçalves é o criador da marca de sintetizadores ADDAC System, que tem entre os seus clientes, além de Lloyd Cole, bandas como os Depeche Mode ou Chemical Brothers, tendo estreado em janeiro, no Teatro Maria Matos, em Lisboa, o álbum “Música Eterna”, tornado aplicação para iPhone, iPad e iPod.
Luís Fernandes, músico, artista sonoro e programador cultural, desenvolve trabalhos nas áreas da composição musical, da performance e da curadoria artística, produzindo música para cinema, vídeo e instalações.
Elemento fundador da banda peixe:avião, foi mentor do projecto The Astroboy e Landforms, membro do colectivo La La La Ressonance, dos duos Palmer Eldritch e Quest (com a pianista Joana Gama) e do trio Harmonies (com Joana Gama e Ricardo Jacinto), e é diretor artístico do Festival Semibreve e do gnration, em Braga.
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