A Austrália já registrou 6.617 casos de coronavírus e 71 mortes desde o primeiro caso no final de janeiro. Nos últimos dias a média diária de novos casos confirmados tem sido inferior a meia centena. Números que fazem crescer os apelos associados ao alívio das restrições.

No entanto, esta segunda-feira um grupo de economistas australianos publicou uma carta aberta pedindo ao governo que dê prioridade à contenção da disseminação do novo coronavírus.

"Não podemos ter uma economia funcional se não procurarmos resolver primeiro a crise de saúde pública", escreveu o grupo de 157 economistas das principais universidades australianas.

Segundo estes, as medidas de distanciamento físico devem manter-se até que o número de contágios seja baixo, a capacidade de testar seja aumentada e esteja em funcionamento a tecnologia necessária para rastrear os contactos com doentes infetados.

"Uma segunda vaga do surto seria extremamente prejudicial para a economia, além da perda desnecessária e trágica de vidas", enfatizaram os economistas, na carta endereçada carta ao primeiro-ministro Scott Morrison e respetivo gabinete.

O pedido dos economistas parece ir ao encontro das declarações do primeiro-ministro australiano na semana passada. 

Restrições podem manter-se por um ano

Primeiro Morrison disse que não haveria flexibilização das restrições na Austrália, pelo menos, nas próximas quatro semanas. Depois, no final da semana, acrescentou que a normalização da vida pública poderia demorar até um ano.

A Austrália fechou fronteiras e impôs medidas estritas de "distanciamento social" logo no início de março. Restaurantes, bares e outros negócios "não essenciais" foram fechados e ajuntamentos de mais de duas pessoas são proibidas sob a ameaça de multas e até prisão.

O primeiro-ministro Scott Morrison disse que algumas medidas, como a regra que exige pelo menos 1,5 metro de distância entre pessoas, podem manter-se em vigor por vários meses.

"O distanciamento social é algo com o qual nos devemos acostumar", disse Morrison à estação de rádio 3AW. "Pode demorar um ano, mas quero especular sobre isso", acrescentou.