Bennett – um defensor dos colonatos e uma das faces visíveis do ultraconservadorismo israelita — reagiu hoje à polémica causada pelas declarações do ministro da Segurança Pública, Omer Barlev, que na segunda-feira criticou a violência dos colonos em território ocupado, durante uma reunião com um alto funcionário dos Estados Unidos.

“Os colonos na Judeia e Samaria (nome bíblico para a Cisjordânia) têm sofrido violência e terrorismo diariamente há várias décadas”, disse o chefe do Governo, na sua conta da rede social Twitter, onde elogiou os colonos como “o muro de proteção” dos israelitas, argumentando que eles devem ser “fortalecidos e apoiados, com palavras e ações”.

“Cada comunidade tem problemas marginais e todos os esforços devem ser feitos para lidar com isso, mas tal não deve ser generalizado para a totalidade da população”, defendeu Bennett.

Estas declarações já foram condenadas pela organização Combatentes pela Paz, entidade que reúne familiares de vítimas israelitas e palestinianas, que considerou que Bennett deu “total apoio à violência depravada dos colonos”.

A violência dos colonos contra a população palestiniana na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocorre há décadas, mas há dados que apontam para o seu aumento nos últimos anos.

O escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) em Território Ocupado registou pelo menos 212 ataques contra propriedades palestinianas e 94 contra residentes até agosto deste ano, o que significa um aumento considerável em relação a 2020.

O conluio das instituições e a impunidade dos ataques dos colonos foram considerados pela organização não governamental israelita B’Tselem como atos de “violência do Estado”.

Israel ocupou os territórios palestinianos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental (posteriormente anexada) durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.