Trump criticou ferozmente os jogadores que, em protesto, se ajoelham durante o hino nacional. A origem do gesto remonta ao verão de 2016, quando o ex-‘quarterback’ dos San Francisco 49ers, o afro-americano Colin Kaeernick, se colocou de joelhos — provocando um escândalo nacional — em sinal de protesto contra os assassinatos de vários negros à mão de polícias brancos.
“Se os adeptos da NFL se recusassem a ir aos jogos até que os jogadores deixassem de faltar ao respeito à nossa bandeira e país, veriam mudanças rápidas. Despeçam-nos ou suspendam-nos!”, ‘twittou’ o presidente. Trump acrescentou: “A assistência aos jogos da NFL e os índices de audiência estão de rastos. Jogos aborrecidos, mas muitos assistem porque amam o nosso país. A liga deveria apoiar os Estados Unidos.”
Este domingo, em resposta às críticas do presidente, o futebol norte-americano uniu-se, com jogadores, treinadores e proprietários a ajoelharem-se massivamente durante o hino nacional antes dos desafios da liga profissional da NFL.
Questionado sobre se as suas declarações estão a inflamar tensões raciais — St. Louis foi palco recente de protestos após a absolvição de um polícia acusado de matar um afro-americano — Trump respondeu que isto "não é sobre raça. Nunca disse nada sobre raça. Isto não é sobre raça, mas sobre o respeito pelo nosso país e pela nossa bandeira", disse, citado pelo Business Insider. "Penso que é um grande desrespeito para com o nosso país e a nossa bandeira", reiterou.
Questionado sobre se ainda acredita, face à polémica, que os jogadores que se ajoelham devem ser despedidos, Trump respondeu: "Acho que os proprietários [dos clubes] deviam agir sobre o assunto".
As declarações do presidente valeram críticas. Robert Kraft, proprietário dos Patriots, disse estar "profundamente desapontado com o tom dos comentários feitos pelo presidente". "Tenho orgulho em estar associado a tantos jogadores que trabalham para ter um impacto positivo nas nossas comunidades. Os seus esforços, dentro e fora de campo, ajudam a unir as pessoas e tornar a comunidade mais forte". O empresário reiterou o seu apoio aos seus jogadores, defendo o seu direito ao protesto. "Não há maior unificador num país do que o desporto e, infelizmente, nada divide mais do que a política. Penso que os nossos líderes podiam aprendem muito com o trabalho de equipa e sobre a importância de lutar por um objetivo comum. Os nossos jogadores são inteligentes, conscientes e preocupam-se profundamente com a comunidade, e eu apoio o seu direito a promover a mudança social de forma pacífica e a sensibilizar os outros da forma que acham mais impactante", concluiu.
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