“Não podemos aceitar que, numa economia de futuro, haja um aeroporto dentro da cidade", diz CEO da TAP

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O presidente da TAP, Luís Rodrigues, defendeu hoje que não é aceitável um aeroporto dentro da cidade numa economia de futuro sustentável e que é preciso tomar uma decisão, "seja ela qual for".
“Não podemos aceitar que, numa economia de futuro, haja um aeroporto dentro da cidade

“Não podemos aceitar que, numa economia de futuro sustentável, haja um aeroporto dentro da cidade”, afirmou o ‘chairman’ e presidente executivo da TAP, durante a sua intervenção no almoço promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em Lisboa, com o tema “TAP, e agora?”.

Para o responsável da companhia aérea, um novo aeroporto é um projeto transformador de um país como Portugal e é preciso uma decisão, “seja ela qual for”, para que não se percam os turistas que o país recebe.

Afirmou também que a privatização da companhia não “estraga os planos” de a tentar transformar numa das mais atrativas da indústria da aviação, acrescentando que vão trabalhar como se a venda não existisse.

“A privatização não estraga os nossos planos de tentar transformar esta companhia numa das mais atrativas da indústria. Vamos fazer o caminho com as equipas, vamos tentar baixar o tom, porque, de facto, a nossa sorte é que 75% dos nossos passageiros não são portugueses, não viram a CPI [comissão parlamentar de inquérito]”, afirmou o ‘chairman’ e presidente executivo da TAP, na sua intervenção.

O responsável garantiu ainda que a companhia vai trabalhar “como se não fosse haver privatização”.

“Posso garantir que quem vier vai dizer ‘esta malta é boa, estão-se a mexer, deixa estar, não toques, não estragues’”, acrescentou Luís Rodrigues.

Sobre o mesmo tema referiu também que a “máquina do Estado” não é compatível com uma empresa que atua num mercado concorrencial como o da aviação, embora rejeite qualquer interferência política na sua gestão.

“Zero. Não tive nenhuma pressão para fazer fosse o que fosse”, garantiu Luís Rodrigues, que sucedeu a Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja na liderança da companhia aérea, na sequência da polémica indemnização de meio milhão de euros a Alexandra Reis.

Quanto ao futuro, o CEO assegurou que os resultados da TAP, que obteve um lucro de 22,9 milhões de euros no primeiro semestre, vão continuar a ser bons.

“Estamos a viver um bom momento. […] Os próximos 20 anos, com ou sem privatização – de preferência, com - prevejo como muito saudáveis para a TAP e para a economia por arrasto”, sublinhou.

Qual o papel do Porto?

Segundo o presidente, o Porto tem um papel maior do que tem tido até agora na programação da companhia aérea, que tem naquela infraestrutura a sua margem de crescimento enquanto não houver novo aeroporto.

“Para mim é muito claro que o Porto tem um papel maior do que tem tido até agora”, afirmou o ‘chairman’.

Disse igualmente ter ficado “contente” por ver que o decreto-lei que estabelece as condições para a privatização da TAP faz uma particular referência ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e ao seu crescimento.

“Não vamos ter novo aeroporto na região de Lisboa nos próximos 10 anos, mesmo que haja uma decisão amanhã. Até 2025 estamos relativamente condicionados pelo plano de reestruturação, […] mas entre 2025 e os próximos 10 anos a nossa margem de crescimento é o Porto. O Porto está no radar como não esteve até agora”, acrescentou.

(artigo atualizado às 16h28)

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