“A Rússia continua a violar o tratado INF, apesar de anos de envolvimento dos Estados Unidos e dos aliados, incluindo a oportunidade final dada para, em seis meses, cumprirem as suas obrigações” previstas no acordo, refere o Conselho do Atlântico Norte em comunicado de imprensa divulgado em Bruxelas, cidade que acolhe a sede da NATO.
Para a organização, “a Rússia é a única responsável pelo desaparecimento do tratado” por não ter destruído o novo sistema de mísseis.
Por isso, garante, “a NATO responderá de forma ponderada e responsável aos riscos significativos representados pelo míssil russo 9M729 para a segurança aliada”.
Assinado em 1987 por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachov, então Presidentes dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, respetivamente, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF) aboliu o recurso a um conjunto de mísseis entre os 500 e os cinco mil quilómetros e pôs fim à crise desencadeada na década de 1980 com a instalação dos SS-20 soviéticos, visando capitais ocidentais.
Em finais de outubro de 2018, o Presidente norte-americano, Donald Trump, acusou a Rússia de não respeitar os termos do tratado e ameaçou então sair deste acordo histórico.
Após ultimatos, Washington acabaria por decidir sair do INF no início deste ano, afirmando que a Rússia tinha infringido as regras do tratado com o desenvolvimento de um novo sistema de mísseis: o novo míssil terrestre russo 9M729, capaz de transportar uma ogiva nuclear e com um alcance superior a 500 quilómetros.
Em reação, Moscovo replicou e denunciou “acusações imaginárias" por parte dos Estados Unidos para justificar a saída do acordo.
A Rússia tinha até esta sexta-feira para destruir os mísseis.
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