"Espero que os líderes estejam de acordo com o fortalecimento da posição da aliança em todos os domínios (...) O primeiro passo é o envio de quatro novos grupos de combate para Bulgária, Hungria, Roménia e Eslováquia", afirmou Stoltenberg, na véspera de uma cimeira da aliança transatlântica.

O secretário-geral disse esperar, na cimeira de quinta-feira em Bruxelas, que se aprove "apoio adicional, incluindo assistência cibernética de segurança, assim como equipamento para ajudar a Ucrânia a proteger-se contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares”.

Stoltenberg advertiu que a utilização de armas químicas pela Rússia – um cenário que os Estados Unidos têm vindo a alertar que é cada vez mais plausível - constituiria “uma violação flagrante da lei internacional”, “alteraria completamente a natureza do conflito” e teria “consequências de grande alcance”.

O secretário-geral da Aliança Atlântica admitiu, no entanto, que a possível utilização de armas químicas pela Rússia é efetivamente uma fonte de preocupação para a NATO, não só porque o Kremlin parece estar a recorrer à tática de utilizar falsos pretextos para justificar a sua utilização, mas também porque “a Rússia já usou agentes químicos antes, contra a sua própria oposição, e já usou armas químicas na Síria”.

Garantindo que os aliados vão discutir na quinta-feira formas de ajudar a Ucrânia a proteger-se de eventuais ataques com armas químicas e biológicas, o dirigente norueguês escusou-se a detalhar que tipo específico de equipamento e material os membros da NATO poderão concordar em fornecer à Ucrânia, até para não ser do conhecimento da Rússia.

Para ilustrar “a gravidade” desta questão, Stoltenberg sublinhou ainda que o recurso a armas químicas, além das consequências extremamente graves que pode ter para a população ucraniana, pode também atingir populações de países membros da NATO, através da contaminação e propagação.

O secretário-geral da Aliança Atlântica exortou ainda Moscovo a “parar com a sua retórica nuclear perigosa e irresponsável”, reiterou que “ninguém ganha uma guerra nuclear”, mas garantiu que a organização tem planos elaborados para se proteger de ataques de qualquer tipo, sejam eles químicos, biológicos ou nucleares.

Por diversas vezes, Jens Stoltenberg disse que a NATO tudo está a fazer para “evitar uma escalada da guerra e que esta se torne um conflito entre a NATO e a Rússia, pois tal causaria mais mortes e destruição”, mas reiterou também que a organização defenderá os seus membros e o seu território contra qualquer agressão.

Os chefes de Estado e de Governo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) reúnem-se presencialmente esta quinta-feira em Bruxelas, no dia em que fará precisamente um mês desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro, estando prevista a participação, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.