“É um marco na nossa cooperação. A segurança entre a Europa e a América do Norte está interligada”, disse o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Soltenberg, numa conferência de imprensa realizada durante uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros aliados em Bruxelas.

Na reunião, os ministros aliados deram luz verde a 42 medidas concretas para concretizar a declaração conjunta assinada com a UE na cimeira da NATO que decorreu em julho em Varsóvia, o que também fez, em paralelo, o Conselho de Ministros da UE.

Em Varsóvia, ambas as organizações acordaram estreitar a sua colaboração em áreas prioritárias: ameaças híbridas (que combinam táticas militares com propaganda); cooperação em operações marítimas; cibersegurança; meios, indústria e investigação militar; exercícios e consolidação de estruturas de segurança.

“Reforçar a nossa relação estratégica é mais importante que nunca”, sublinhou Stoltenberg, salientando que ambas as organizações (que têm em comum 22 Estados membros) se deparam com “os mesmos desafios de segurança” e, por si sós, “não têm as ferramentas para lhes fazer frente”.

O secretário-geral aliado saudou os passos que a UE está a dar para reforçar a sua política comum de segurança e defesa, mas pediu que sejam “complementares” à NATO e recordou: “A força do elo transatlântico é vital para a nossa segurança”.

Perante as críticas proferidas pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o ainda secretário de Estado norte-americano, John Kerry, mostrou-se “totalmente confiante” em que o próximo Governo do seu país “apoiará os princípios” que a NATO defende.

Por seu lado, a alta representante da EU para a Política Externa, Federica Mogherini, classificou as decisões de hoje como um “grande passo em frente” que demonstra que há “os mesmos valores e interesses de ambos os lados do Atlântico”.

“Somos diferentes, mas com as nossas diferenças e autonomia, estamos determinados a trabalhar juntos”, disse a chefe da diplomacia europeia.

Em operações marítimas, NATO e UE propõem-se reforçar a cooperação entre a missão aliada “Guardião do Mar” e a missão europeia “Sofia”, que combate as máfias migratórias no Mediterrâneo central, com apoio logístico e partilhando informação, o que já fazem.

Na área da cibersegurança, reforçarão a participação mútua em manobras militares e em investigação e trabalharão mais estreitamente para consolidar capacidades de defesa dos seus membros.

A Turquia, que é aliada da NATO e está a negociar a adesão à UE, está a braços com a tensão desencadeada pelas críticas do Parlamento Europeu à situação dos direitos humanos no país.

Mogherini assegurou que sem “o forte apoio político” de todos os aliados, Turquia incluída, não teria sido possível aprovar em tão pouco tempo tantas medidas de cooperação concreta com a UE.