A primeira operação de resgate, realizada na noite de quinta-feira, permitiu retirar 40 pessoas “de um primeiro barco de madeira sobrecarregado, que ameaçava virar”, segundo a SOS Méditerranée, que tem sede em Marselha.

Posteriormente, o Ocean Viking resgatou – com o auxílio do veleiro Astral, da ONG espanhola Open Arms – 119 pessoas “de outro barco de madeira instável e sobrelotado”, acrescentou a SOS Méditerranée.

“Os sobreviventes passaram 24 horas no mar e mostravam sinais de enjoo e exaustão”, sublinhou a ONG.

Os dois resgates “ocorreram em águas internacionais, na zona de busca e resgate de Malta”, mas os dois barcos “saíram da Líbia”, disse à agência de notícias AFP um porta-voz da SOS Méditerranée.

Estas duas novas operações ocorrem após dois resgates realizados pelo Ocean Viking na costa da Líbia entre quarta-feira e quinta-feira em que foram resgatadas respetivamente 41 pessoas e 12 pessoas.

Os quatro resgates elevam o número total de pessoas assistidas pela SOS Méditerranée e pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho no Oceano Viking para 212, incluindo 22 menores. Destes, 19 estão desacompanhados, segundo um porta-voz da ONG.

Desde o início do ano, 1.161 migrantes desapareceram no Mediterrâneo, incluindo 918 no Mediterrâneo central, a rota migratória mais perigosa do mundo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A agência da ONU estimou em 2.048 o número de mortos e desaparecidos em 2021 no Mediterrâneo, incluindo 1.553 apenas no Mediterrâneo central.

Todos os anos, milhares de pessoas que fogem de conflitos ou da pobreza tentam chegar à Europa atravessando o Mediterrâneo a partir da Líbia, cujas costas ficam a cerca de 300 quilómetros de Itália.