As pessoas encontravam-se em águas internacionais, a 35 milhas náuticas (51 quilómetros) ao largo de Zawiya, uma cidade do oeste da Líbia, indicou a SOS Mediterranée, uma ONG sediada em Marselha, sul de França.

“Diversos migrantes que foram assistidos estavam fracos, desidratados”, lamentou a ONG, acrescentando que “as mulheres sofrem de ligeiras queimaduras devido ao carburante e inalaram fumos”.

Entre as pessoas auxiliadas, de 15 diferentes nacionalidades, “é confrangedor o número de menores, dos quais 144 não estão acompanhados”, indicou à AFP Frédéric Penard, diretor das operações.

A operação de socorro decorreu “uma vez mais sem coordenação”, e prolongou-se por cerca de três horas.

Esta nova operação de salvamento surgiu poucas horas após as equipas do SOS Mediterranée se terem deparado ao largo da Líbia com uma dezena de corpos perto de uma embarcação que estava virada. Neste naufrágio, calcula-se que terão morrido 130 pessoas.

“Um episódio dramático para a tripulação do Ocean Viking”, descreveu Penard, “e traumatizante porque uma vez mais a operação de salvamento não foi efetuada como deveria”.

Atualmente, o navio da SOS Mediterranée é o único nesta zona, onde diariamente os migrantes arriscam perigosas travessias em embarcações muito frágeis.

Pelo menos 453 migrantes morreram desde o início de 2021 ao tentarem alcançar a Europa através do Mediterrâneo, indicam os dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).