Numa das fotos, publicada pelo governo no antigo Twitter, vê-se o corpo de um menino ensanguentado numa bolsa mortuária. Outras imagens mostram os restos mortais carbonizados de outro bebé.
Estas imagens "superam praticamente tudo o que um ser humano pode entender e assimilar", disse o secretário de Estado norte-americano.
"O mundo está a ver novas provas da perversidade e da desumanidade do Hamas [...], direcionadas a bebés, crianças, jovens adultos, idosos, pessoas com deficiência", acrescentou.
Nos últimos dias, uma polémica sacudiu Israel sobre a existência de provas das atrocidades cometidas pelos milicianos do Hamas num kibutz (quinta comunitária), depois de uma emissora de televisão ter reportado, citando uma fonte militar, a descoberta de "bebés decapitados".
Num discurso recente, o presidente Joe Biden havia mencionado os referidos "bebés assassinados" e "famílias inteiras massacradas".
"Há momentos na vida (...) em que o mal puro atinge o mundo. O povo de Israel acabou de experimentar um desses momentos, pelas mãos da sanguinária organização terrorista Hamas, um grupo cujo objetivo declarado é matar judeus", disse Biden da Casa Branca.
Um porta-voz da Casa Branca posteriormente esclareceu que as autoridades americanas não haviam confirmado de forma independente a veracidade das imagens e que o presidente baseou os seus comentários em declarações do porta-voz de Netanyahu.
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, afirmou à imprensa que Washington leva "muito a sério a necessidade de se basear em fatos e ser o mais verdadeiro possível".
O Hamas rejeitou, nesta quinta-feira, as acusações de que os seus combatentes tenham matado crianças durante o ataque.
A milícia islamita lançou uma ofensiva geral contra Israel no sábado, e Israel retaliou bombardeando Gaza.
Segundo os balanços de ambos os lados, a guerra resultou na morte de mais de 1.400 palestinos em Gaza e de mais de 1.200 pessoas mortas pelos combatentes do Hamas em solo israelita.
Além disso, o Exército de Israel afirmou ter encontrado cerca de 1.500 cadáveres de combatentes do Hamas que se infiltraram no país.
Corredor humanitário
Na reunião com Netanyahu e outros altos funcionários do governo em Telavive, Blinken falou sobre as "necessidades humanitárias" da Faixa de Gaza e defendeu o direito de Israel de se defender da ofensiva do Hamas.
"Falámos sobre a forma de atender às necessidades humanitárias da população de Gaza para protegê-la de qualquer dano, enquanto Israel realiza suas operações legítimas de segurança para se defender do terrorismo e tentar garantir que isto não volte a acontecer", disse o chefe da diplomacia americana após o encontro.
"Também mencionámos as possibilidades de uma passagem segura para os civis [da Faixa de Gaza], que queiram abandonar a região ou buscar refúgio", acrescentou Blinken.
Funcionários norte-americanos anunciaram conversações sobre estas passagens com Israel e com o Egito, que também faz fronteira com a Faixa de Gaza, antes de uma possível operação terrestre pelas forças de Israel.
Entretanto, o presidente do Egito, Abdel Fattah al Sissi, disse que a população da Faixa de Gaza "deve manter-se firme e permanecer na sua terra", ignorando a pressão para autorizar a saída de civis do enclave.
Blinken também culpou o Hamas pelo tratamento dos civis palestinianos.
"O Hamas usa civis como escudos humanos", afirmou o secretário de Estado, acusando o movimento de "pôr civis em perigo, intencionalmente, para se proteger a si próprio, à sua infraestrutura e às suas armas".
Gaza sofre um bloqueio israelita desde que o Hamas chegou ao poder no enclave, em 2007.
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