Um camião branco atingiu esta noite uma multidão que assistia a um fogo-de-artifício na Promenade des Anglais, em Nice, no sul de França, nos festejos do feriado nacional de 14 de julho, dia em que se celebra a tomada da Bastilha. Pelo menos 70 mortos já confirmados pelo presidente da região Provence-Alpes-Côte d'Azur.

O procurador de Nice, Jean-Michel Prête, tinha dito antes que pelo menos 60 pessoas tinham morrido, atingidas por um camião ao longo de dois quilómetros na marginal da cidade. Os números avançados foram resultado de um primeiro balanço feito pelos bombeiros.

A BBC adianta, citando o ministro do Interior francês, que as autoridades estão a investigar se o indivíduo - entretanto abatido - atuou sozinho.

Christian Estrosi, que já foi presidente da Câmara, na sua conta no Twitter apresenta as condolências às famílias e diz que se está perante "o pior drama da historia de Nice". "A hora é de mobilização", disse o responsável, apelando à solidariedade e acrescentando que foi já criado um gabinete de apoio psicológico.

No local foi montado um amplo perímetro de segurança, constatou um jornalista da AFP. Várias ambulâncias foram enviadas para o local. Taxis são gratuitos em Nice, adianta uma fonte ao SAPO, e está montada uma célula de socorro numa discoteca perto do local.

O presidente francês, François Hollande, que estava em Avignon, voltou a Paris para chefiar o gabinete de crise montado no ministério do Interior.

Hollande "está reunido com (o primeiro-ministro) Manuel Valls e (o ministro do Interior) Bernard Cazeneuve. Voltou a Paris e vai dirigir-se diretamente para o gabinete de crise", confirmou a presidência francesa.

Entretanto, a polícia francesa pediu às pessoas que não divulgassem, por respeito às vítimas, imagens do atentado. 

O ministério dos Negócios Estrangeiros francês informou, através da rede social Twitter, o número de emergência que pode ser utilizado.

Escreve a AFP que Barack Obama já estar a par do que aconteceu em Nice. "O presidente foi informado sobre a situação em Nice, em França, e sua equipa de Segurança Nacional vai atualizá-lo, conforme o caso", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Ned Price.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou ao Chefe de Estado francês um telegrama de condolências e solidariedade. 

Segundo fonte oficial de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa enviou a François Hollande "um telegrama de condolências e ao mesmo tempo de solidariedade pelo bárbaro atentado acabado de cometer em Nice, exprimindo o pesar de todos os portugueses ao Presidente francês".

Na mensagem enviada ao Presidente francês, a que a Lusa teve acesso, o chefe de Estado português afirma que "foi com grande consternação" que recebeu a notícia "do hediondo atentado ocorrido esta noite em Nice, que teve lugar, para mais, num dia tão especial para França" - o feriado nacional em que se evoca a Tomada da Bastilha, que marcou o início da Revolução Francesa, em 1789.

"Os meus pensamentos estão com as dezenas de vítimas e com os seus familiares, com todos os franceses, em solidariedade fraterna neste momento de dor e de angústia. Em meu nome e no de todos os Portugueses, envio as mais sentidas condolências ao Presidente François Hollande e a todo o povo francês", acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.

António Costa também já reagiu. O Governo português "repudia e condena veementemente" o atentado ocorrido quinta-feira à noite em Nice, França, e o primeiro-ministro já enviou mensagens de condolências ao Presidente francês, François Hollande, e ao seu homólogo, Manuel Valls.

Num comunicado do Governo português, assinado pelo primeiro-ministro, António Costa, o executivo "repudia e condena veementemente este atentado que, mais uma vez, ataca a França e todos os europeus".

"Lamentamos as vítimas e manifestamos total solidariedade para com França e os franceses nesta luta contra o terrorismo. A embaixada e consulados portugueses estão a trabalhar com autoridades francesas e disponíveis para ajudar todos os que necessitem", refere-se no mesmo comunicado.

Nesta nota salienta-se também que "Portugal sofre com a França neste dia 14 de julho, dia nacional da França". "Todos partilhamos os seus valores: Liberdade, igualdade, fraternidade", acrescenta-se.