Munidos com cartas para entregar a quem os quisesse receber, nomeadamente o Presidente da República, o ministro da Educação ou os deputados, no sentido destes pedirem a fiscalização do Estatuto da Carreira Docente, os manifestantes aguardaram em silêncio as intervenções do presidente da Câmara Municipal de Lisboa e do Presidente da República para, no final da cerimónia, iniciarem o protesto.
Terminada a cerimónia, a voz desta centena de professores que, segundo o Movimento dos Professores Monodocentes (MPM), veio de todo o país, apelou por “justiça”.
“Senhor Presidente, venha falar connosco” e “Senhor ministro, temos uma carta para si” foram algumas das frases que os manifestantes entoaram neste Dia Mundial do Professor.
No seu discurso durante a sessão solene do 05 de Outubro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, docente de profissão, enalteceu estes profissionais. Já antes o tinha feito numa mensagem no ‘site’ oficial da Presidência.
À Lusa, Paula Costa Gomes, do MPM, disse que é o desejo de justiça que move estes professores que, alegam, são discriminados.
“Viemos para nos fazermos ouvir e pedir a fiscalização abstrata da constitucionalidade do Estatuto da Carreira Docente”, disse.
Este estatuto, na visão do MPM, “não respeita a Constituição”, contemplando discriminações ao nível das cargas letivas e alguns direitos, como as horas para a amamentação, em relação aos outros ciclos.
A docente disse que agora o tempo é de ação, pois de promessas estão estes professores cansados.
Sobre o facto de o Presidente da República não ter ido ao encontro destes manifestantes no final da cerimónia, conforme pretendiam os professores, Teresa Evangelista Serrão, que também participou no protesto, disse que “teria sido justo” e que seria uma forma de demonstrar que efetivamente valoriza os professores, tal como escreveu hoje na mensagem alusiva ao Dia Mundial do Professor.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, dirigiu-se aos manifestantes para agradecer a sua presença, depois de deputados do PSD e CDS terem recebido as cartas e prometido avaliar a situação junto dos partidos e grupos parlamentares.
Os professores desmobilizaram por volta das 13:30, a prometer mais luta.
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