"A Liga Portugal foi informada pela NOS da sua intenção em não renovar, no final da próxima época, o contrato de patrocinador principal e naming sponsor da sua principal competição, a Liga NOS, atualmente em vigor até final de junho de 2021".
É desta forma que começa o comunicado publicado no site da Liga Portuguesa de Futebol Profissional em que é anunciada a separação daquele que, daqui a sensivelmente um ano, "será o naming sponsor exclusivo mais longo da história da I Liga, com um contrato que se iniciou em 2014".
Na nota, não é dada nenhuma razão para a não renovação do contrato, como aconteceu em 2017 em que ambas as partes "com enorme agrado" prolongaram a ligação entre a NOS e I Liga, no primeiro mandato de Pedro Proença à frente da Liga.
A imprensa desportiva aponta, aliás, que será o segundo mandato de Proença um dos problemas em cima da mesa, com a NOS a não perdoar ao ex-árbitro a carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, solicitando a sua influência para fossem transmitidos em sinal aberto os restantes 90 jogos da I Liga, que tem reinício a 3 de junho, depois da interrupção devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus e que levou a que a operadora suspendesse os pagamentos ao organismo.
A NOS registou prejuízos de 10,4 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, contra 42,5 milhões de euros em termos homólogos, admitindo que os resultados foram "amplamente impactados" pela pandemia, numa comunicação à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Nas telecomunicações, "os maiores impactos foram sentidos na receita de subscrição de canais 'premium', em particular dos canais de desporto (Sport TV, BTV e Eleven Sports) que foram disponibilizados aos clientes de forma gratuita e nas receitas provenientes do 'roaming' internacional, fruto da impossibilidade de viajar".
Recorde-se que o contrato dos últimos três anos estava avaliado em cerca de 20 milhões de euros, o que equivale a um valor mensal superior a meio milhão de euros.
No entanto, no comunicado, a Direção Executiva da Liga Portugal não de deixar "uma palavra de profunda gratidão à aposta feita pela marca, no período de sete anos, e que se traduziu num crescimento do valor da prova, também alavancado por esta aliança".
"É este espírito de cooperação, mas também de valorização, de espetáculo e profissionalismo que nos move nos quase 14 meses de contrato que a Liga Portugal e a NOS têm pela frente. O Futebol Profissional será o grande vencedor de uma parceria que foi somando pontos ao longo dos anos", lê-se ainda.
Foi "um casamento feliz para as duas partes
Segundo Sónia Carneiro, a parceria de seis anos, renovada em 2017 já com Pedro Proença na presidência da LPFP, foi "um casamento feliz para as duas partes, e ainda será durante mais 14 meses".
"É uma relação de benefício para as duas partes. Este é um momento como outro qualquer [para anunciar], e permite à Liga ter 14 meses para encontrar um patrocinador", explicou.
Segundo a diretora executiva, os direitos de ‘naming' da principal competição portuguesa têm agora um "valor 30% superior ao que foi negociado com a NOS em 2017", segundo um estudo encomendado pelo organismo.
Para a NOS, acrescentou, o objetivo era "passar efetivamente a ser conhecida" por essa designação, o que "foi alcançado", razão pela qual a Liga percebe "os argumentos" para o final da parceria por parte da operadora.
"Foram seis anos muito produtivos, de crescimento em conjunto. É um virar de página, mas só daqui a 14 meses, teremos ainda muitas coisas bonitas com a NOS até lá. (...) Agora é ir para o mercado a seguir", atirou Sónia Carneiro.
*Artigo atualizado às 19h42 com reação por parte da Liga
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