Pouco antes, cerca de 200 pessoas, sobretudo jovens, reuniram-se frente a uma esquadra da polícia, onde dois estudantes se encontram detidos, indicou a agência noticiosa AFP.

Pelo menos 15 complexos universitários foram hoje encerrados por todo o país e outros 20 ocupados, indicou o sindicato estudantil Alternativa, que coordena este movimento.

Em Paris, os estudantes reuniram-se no final da manhã frente a instalações da universidade de Paris 1, encerrada pelos seus responsáveis como medida preventiva, a quem se juntaram outros provenientes da Sorbonne.

Os estudantes tentaram organizar uma manifestação espontânea em apoio aos grevistas da limpeza urbana, mas foram reprimidos pelo polícia, segundo indicaram.

Em paralelo, os quatro sindicatos da SNCF, os caminhos-de-ferro franceses, apelaram à “manutenção da greve” iniciada a 07 de março, e a “agir massivamente em 23 de março” num novo protesto contra a reforma das pensões.

Estes sindicatos também apelaram aos trabalhadores a “multiplicarem as suas ações e iniciativas unitárias a partir do fim de semana em todo o território, após a decisão do Governo de aprovar no parlamento — sem votação e recorrendo ao controverso artigo 49.3 da Constituição –, a contestada reforma que entre outras medidas prevê ou aumento da idade da reforma dos 62 para os 64 anos, agravando a contestação.

Diversas ações estão previstas durante todo o fim de semana, em particular junto a edifícios governamentais.

Segundo a AFP, que citou fonte sindical, a mobilização na SNCF abrangeu 27% dos maquinistas e 11% de controladores.

Na segunda-feira a Assembleia Nacional (parlamento) deverá examinar as moções de censura ao Governo apresentadas separadamente por um pequeno grupo de deputados independentes e pela extrema-direita, admitiram à AFP fontes parlamentares.

Os deputados do grupo independente Liot depositaram hoje uma moção de censura ao Governo, coassinada pela coligação de esquerda Nupes, em resposta à imposição da reforma governamental.

Por sua vez, os eleitos da União Nacional (RN, extrema-direita) avançaram com uma moção de censura alguns minutos mais tarde.

“Não votaremos todas as moções de censura apresentadas”, sublinhou a deputada de extrema-direita Laure Lavalette, e quando o texto apresentado pelo Liot é suscetível de federar diversos campos políticos, ao contrário da moção da RN.

Para provocar a queda do Governo, uma moção de censura deve recolher a maioria absoluta na Assembleia nacional (287 votos). Este resultado necessitaria em particular que 30 deputados do partido Les Républicans (LR, direita), num total de 61, fornecessem o seu apoio durante a votação, hipótese que parece improvável.

A reforma defendida pelo Governo do Presidente Emmanuel Macron confronta-se com uma forte oposição política, mobilizada pelos sindicatos e com centenas de milhares de manifestantes nas ruas, num protesto que pretendem prosseguir e reforçar.