“Nós achamos que a nível dos nossos Estados é importantíssimo, primordial, um investimento na população jovem. Não se pode pensar no desenvolvimento dos nossos países, principalmente, nós, que estamos em países em desenvolvimento ou subdesenvolvimento, sem apostar naquilo que é a demografia dos nossos países”, afirmou Aissatu Forbs Djaló, em entrevista à agência Lusa.
A responsável, de 29 anos, é médica, tem um longo currículo de ativismo social, e foi recentemente eleita presidente do Fórum da Juventude da CPLP, para um mandato de dois anos. É a primeira mulher africana a presidir àquele fórum, criado em 1997.
“Sem contar com o investimento dos jovens não teremos a paz. É importante a CPLP envolver os jovens na mediação de conflitos, na negociação, na resolução de conflitos, porque quem sofre com essas questões e problemas na comunidade é a juventude, são os mais vulneráveis, mas a maior aposta para resolver os problemas das comunidades”, salientou.
Para Aissatu Forbs Djaló, os problemas vão subsistir e serão crónicos e cíclicos se não se começar a ver a juventude como uma prioridade a nível da governação.
“É importante engajar e contar com a juventude e envolver, caso contrário a nossa comunidade vai ser uma comunidade falhada e não terá tanta prosperidade com outras comunidades”, disse, dando como exemplo a comunidade francófona e os projetos que envolvem os jovens.
A responsável pede também mais investimento na saúde, na educação e na igualdade de género, essenciais para tornar a CPLP “mais próspera”.
Aos jovens da CPLP, pediu para continuarem a lutar “independentemente das barreiras e obstáculos” dos países em que se encontrem.
“Temos de acreditar que é possível ser jovem nos nossos países e sermos ativos dentro dos nossos países e não esperarmos que os outros façam por nós. Temos de ajudar no desenvolvimento e dar a nossa contribuição como cidadãos”, disse.
Para o seu mandato, Aissatu Forbs Djaló, que também é presidente do Conselho Nacional de Juventude da Guiné-Bissau, apresentou uma proposta de trabalho que passa por reforçar a presença os jovens da CPLP em outras plataformas juvenis de outros espaços linguísticos, a criação de projetos relacionados com o emprego jovem, saúde, igualdade de género e clima, e criação de uma plataforma de comunicação para troca de experiências.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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