A CIM, que representa nove dos 12 concelhos do distrito de Bragança, deu hoje conta, em comunicado, que já tinha solicitado, no início do ano, uma reunião com caráter de urgência à ministra Marta Temido, devido “aos condicionalismos que a falta de profissionais tem vindo a gerar no serviço de Obstetrícia e Ginecologia do hospital de Bragança.
De acordo com aquela entidade, essa “audiência nunca chegou a acontecer” e o Conselho Intermunicipal deliberou agora “reiterar o pedido” ao novo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, “com o objetivo debater soluções para este e outros problemas do setor no território”.
Este pedido à tutela, surge depois de o Conselho Intermunicipal da CIM Terras de Trás-os-Montes ter reunido com responsáveis da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, na quarta-feira.
A reunião serviu, como lê no comunicado, para discutir “o funcionamento do serviço de Obstetrícia/Ginecologia e os constrangimentos que conduziram ao encerramento temporário do bloco de partos.
Segundo a CIM, a ULS do Nordeste “garantiu que na sexta-feira o bloco de partos volta a funcionar, após três dias fechado, e que esta situação se deveu à baixa médica de uma especialista, que condicionou o serviço”.
“Foi também garantido que tal está a afetar apenas o bloco de partos, mantendo-se em funcionamento o Serviço de Urgência Obstétrica/Ginecológica”, acrescenta.
O Conselho Intermunicipal, composto pelos presidentes de Câmara de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais, expressa preocupação “com esta situação e com as consequências que este encerramento, apesar de temporário, acarreta para a população”.
“A CIM das Terras de Trás-os-Montes, atendendo à extrema necessidade e importância desta valência, entende que esta tem que estar sempre em pleno funcionamento, até porque é o único bloco de partos existente no território, não havendo qualquer outra oferta pública ou privada”, refere.
Na sequência de notícias a dar conta de que a urgência e o bloco de partos estariam encerrados entre terça e sexta-feira, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste emitiu um comunicado, na segunda-feira.
Aquela entidade esclareceu que “a atividade programada e urgência do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia estão a funcionar, no entanto, por motivo de baixa médica de uma especialista do serviço, poderão verificar-se, em alguns dias desta semana, eventuais constrangimentos no atendimento urgente, sendo necessário ativar o plano de contingência, o que significa que o bloco de partos estará encerrado nesses dias”.
Nessas situações, explicou a ULS do Nordeste, as utentes que recorram pelos próprios meios aos serviços de urgência “serão orientadas, após observação médica e se a situação clínica o justificar, para a unidade hospitalar de referência no âmbito do Serviço Nacional de Saúde”.
A maternidade mais próxima de Bragança é a de Vila Real, que fica a cerca de uma hora de distância.
A maternidade de Bragança é a única no distrito transmontano e dista mais de uma hora de parte dos 12 concelhos da região, havendo casos, como o de Freixo de Espada à Cinta, em que a viagem demora cerca de hora e meia.
Embora a maior parte da população da região esteja mais próxima de Bragança, há concelhos, como Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Alfândega da Fé ou Mirandela que estão a distâncias idênticas, em termos de tempo de viagem, de Bragança e de Vila Real.
No caso do concelho de Carrazeda de Ansiães, apesar de pertencer ao distrito de Bragança, a viagem até Vila Real é mais curta.
Para outros concelhos como Mogadouro, Miranda do Douro, Vinhais ou Vimioso, a distância é maior até Vila Real do que até Bragança.
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