"Qualquer coisa tem de ser feita para minimizar os estragos que foram feitos", afirmou à Lusa a presidente da APM, Lurdes Figueiral, realçando "a desadequação dos programas" de matemática à idade dos alunos.

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) defendeu hoje que o novo modelo, designado de Aprendizagens Essenciais, vai fomentar "diferentes aprendizagens da matemática" e "aumentar as desigualdades" entre alunos, já que haverá escolas abrangidas pelo modelo, e outras não.

Para a APM, que contribuiu para a definição das 'aprendizagens essenciais', o novo modelo não sendo ideal, permite a aprendizagem da matemática com uma "focalização em determinados conteúdos".

Segundo Lurdes Figueiral, as 'aprendizagens essenciais', que se estendem a outras disciplinas, permitem que 25% do currículo possa "ser gerido de forma mais flexível", através de projetos, de experiências interdisciplinares.

"Muda a perspetiva com que se dá o programa", assinalou.

A APM considera fundamental que comece a ser feita uma revisão curricular em todas as disciplinas, para todos os anos escolares, numa ótica de "articulação entre disciplinas".

Lurdes Figueiral entende que os programas devem ser "mais exigentes", para que os alunos possam "desenvolver capacidades cognitivas mais elaboradas".

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Matemática, o modelo Aprendizagens Essenciais na matemática funcionará, no próximo ano letivo, em 240 escolas e, nestas, em algumas turmas, abrangendo alunos do primeiro, quinto e sétimo anos no ensino básico e do décimo ano no ensino secundário. Haverá na mesma escola, "turmas clássicas e turmas experimentais".