A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse hoje que o programa que protege centenas de milhares de jovens imigrantes que foram trazidos para os EUA ilegalmente quando eram crianças não faz parte do novo plano de imigração que Donald Trump vai hoje apresentar.
“Todos os planos que incluíam esse programa falharam”, justificou Sarah Sanders, referindo-se a anteriores tentativas para compatibilizar planos de imigração com a proteção dos “sonhadores” ["dreamers", no original].
Um grupo de trabalho, liderado por Jared Kushner, assessor e genro de Donald Trump, preparou um novo plano de imigração centrado no reforço de segurança nas fronteiras e na reformulação do sistema de carta verde, o cartão de residente permanente legal nos EUA.
O plano de Kushner vai ser apresentado hoje pelo próprio Presidente, mas ainda não tem a aprovação do Partido Republicano e muito menos parece gozar da simpatia do Partido Democrata, antevendo-se grandes dificuldades na sua aprovação em Congresso, nomeadamente por causa da questão dos “sonhadores”.
A reforma da atual lei de imigração tem sido discutida no Congresso nas últimas três décadas e meia, sem sucesso, pela dificuldade de compatibilizar as posições do Partido Republicano e do Partido Democrata.
A um ano de eleições e perante as divergências entre os dois partidos sobre as posições de Donald Trump sobre a imigração, dificilmente este novo plano será adotado, antevendo-se mais um fracasso negocial no Congresso.
O plano deverá ainda incluir a construção de muros em algumas partes da fronteira com o México, medida que tem tido a contestação e rejeição firme por parte do Partido Democrata.
A líder da Câmara dos Representantes, a Democrata Nancy Pelosi, tem repetido várias vezes que a construção do muro nunca será aprovada com os votos dos Democratas.
Também o líder da minoria Democrata no Senado, Chuck Schumer, criticou a Casa Branca por nunca ter envolvido o seu partido nas negociações sobre o novo plano para a imigração.
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