"Os textos que então publiquei na página web da minha Faculdade constituíam um instrumento pedagógico, dirigido aos estudantes que, para melhor provocar o leitor, utilizava uma linguagem quase caricatural, usando e abusando de comparações mais ou menos absurdas, não refletindo necessariamente as minhas ideias", disse João Caupers numa resposta enviada por escrito ao Expresso.
Na mesma resposta enviada e que, segundo o antigo professor, também foi enviada ao Diário de Notícias, Caupers argumenta que "o pensamento jurídico utiliza como ferramenta essencial a analogia, o que supõe a capacidade de descobrir entre duas situações aquilo que é igual e aquilo que é diferente. É por isso que é crucial treinar os estudantes de direito nesta metodologia".
À publicação o Presidente do Tribunal Constitucional reitera ainda que "o propósito que presidiu à sua criação (do jornal de parede) foi o de provocar – este é o termo certo – a reação dos estudantes, utilizando intencionalmente um discurso polémico".
Em causa está um texto, com data de 17 de maio de 2010, onde João Caupers dizia não estar "disposto" "nem disponível" para, "enquanto membro da maioria heterossexual", ser "tolerado" pela "minoria" homossexual.
No documento assinado pelo então professor catedrático para a disciplina de Direito Constitucional II, ainda alojado página online da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, pode ainda ler-se que "a verdade - que o chamado lobby gay gosta de ignorar - é que os homossexuais não passam de uma inexpressiva minoria, cuja voz é enorme e despropositadamente ampliada pelos media".
O juiz conselheiro João Caupers foi eleito a 9 de fevereiro presidente do Tribunal Constitucional, substituindo Manuel da Costa Andrade naquelas funções.
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