“A 28 de novembro de 2024, foi confirmado pelo INIAV [Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária] a presença do serotipo oito do vírus da língua azul em efetivo bovino do distrito de Portalegre”, lê-se numa nota da DGAV.
Na sexta-feira, o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, já tinha anunciado, no parlamento, que tinha sido detetado um novo serotipo da doença da língua azul numa exploração com 48 bovinos.
Portugal continental foi afetado pelos serotipos três e quatro do vírus da língua azul desde outubro. Os Açores e a Madeira estão livres desta doença.
A vacinação dos ovinos reprodutores adultos e dos jovens destinados à reprodução, bem como dos bovinos, é obrigatória contra os serotipos um e quatro do vírus da língua azul.
Contra os serotipos três e oito é permitida a vacinação dos bovinos e ovinos do continente.
Mediante uma autorização prévia da DGAV, é ainda possível vacinar, a título excecional, com vacinas inativadas contra serotipos da língua azul, não presentes em Portugal.
A vacinação obrigatória é fornecida pela DGAV às Organizações de Produtores Pecuários para a Sanidade Animal (OPSA).
Para financiar a vacinação, o Governo alocou um milhão de euros até ao final do ano.
O Governo vai ainda lançar um plano de desinsetização a partir de março, com uma duração de oito meses, para combater a doença, transmitida por mosquitos.
A febre catarral ovina ou língua azul é uma doença viral, de notificação obrigatória, que afeta os ruminantes e não é transmissível a humanos.
Em Portugal estavam a circular três serotipos de língua azul, nomeadamente o BTV-4, que surgiu, pela primeira vez em 2004 e foi novamente detetado em 2013 e 2023, o BTV-1, identificado em 2007, com surtos até 2021, e o BTV-3, detetado, pela primeira vez, em 13 de setembro.
No que diz respeito ao serotipo três, os últimos dados, reportados ao final de outubro, indicam que foram contabilizadas 41 explorações de bovinos afetadas e 102 animais, sem mortalidade.
No caso dos ovinos, somam-se 238 explorações, 11.934 animais afetados e 1.775 mortos.
Por distrito, destacam-se Évora, com 90 explorações afetadas, e Beja, com 76, seguidos por Setúbal (48) e Portalegre (20).
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