Uma análise temporal entre os anos de 2008 e de 2017 mostra que a interrupção voluntária da gravidez (IVG) até às 10 semanas subiu até 2011, ano a partir do qual começou sempre a descer, de forma progressiva.

Os dados constam do relatório Registos das Interrupções da Gravidez 2018, hoje divulgado e que contém dados de 2017 e uma análise alargada da última década.

Em 2017, houve 14.899 abortos por opção da mulher até às 10 semanas, sendo o valor mais baixo desde que a prática é legal em Portugal. Em comparação com o ano anterior, 2016, a redução da IVG foi de 3,4%.

Segundo o documento da DGS, os abortos por opção decresceram 25,2% entre 2011 e 2017, passando de 19.921 para 14.899.

A idade média das mulheres à data da interrupção da gravidez tem-se mantido desde 2008 na casa dos 28 anos, sendo que as mulheres entre os 20 e os 34 anos “têm sido sempre as mais numerosas a realizar” abortos.

Houve ainda uma diminuição do número de adolescentes (menores de 20 anos) e um aumento das que têm idade igual ou superior a 40 anos, no que toda a todas as interrupções de gravidez (não apenas por opção da mulher).

Enquanto as menores de 20 anos desceram no número de todas as interrupções da gravidez, observou-se um aumento de 9,6% nas que têm 40 ou mais anos, entre 2012 e 2017.

O relatório da Direção-geral da Saúde estabelece ainda uma comparação com a região europeia e destaca que Portugal se tem situado abaixo da União Europeia.

A média de abortos por mil nados vivos era em Portugal em 2017 de 192, enquanto a média dos países da União Europeia era de 203.

Portugal tem estado sempre abaixo da média europeia e tem vindo a reduzir constantemente desde 2010 a proporção entre interrupções da gravidez e nados-vivos.