Durante o 2.º período do ano letivo, o número de alunos a frequentar escolas de acolhimento disparou de uma média diária de 3.300, na primeira semana, para 8.500 na última semana, antes da interrupção para as férias da Páscoa.
As escolas de acolhimento foram criadas para acolher os filhos dos profissionais dos serviços essenciais, mas no início do ano, com o novo confinamento, o Ministério da Educação determinou que estes estabelecimentos pudessem também receber alunos com necessidades educativas especiais e alunos cuja situação no ensino à distância não esteja a ser considerada eficaz.
Este último ponto, segundo avança o ministério da tutela ao Público, foi determinante na subida do número de alunos a frequentar as aulas presencialmente. Entre os principais motivos estão problemas de acesso à Internet e a falta de equipamento informático adequado para poder acompanhar as aulas à distância.
No entanto, os diretores estão também a reencaminhar para estas escolas alunos que vivem sem “um ambiente familiar adequado e aqueles que não estão a responder às tarefas que os professores lhes enviam”, explicou o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, ao mesmo jornal.
Na última semana, um estudo divulgado pelo Instituto de Avaliação Educativa, revelou que cerca de 20% dos alunos do 3.º ano disseram ter dificuldades em encontrar sempre a um sítio sossegado para estudar e 17% queixaram-se de não ter um computador, ‘tablet’ ou telemóvel para trabalhar.
No que diz respeito à ideia original da criação destas escolas, o número de estudantes filhos dos profissionais dos serviços essenciais tem vindo a diminuir bastante nas últimas semanas. Se no final de fevereiro, estes alunos representavam um universo de cerca de 7 mil, na última semana do 2.º período eram 1.200. O mesmo decréscimo verificou-se junto dos alunos com necessidades educativas especiais que passaram de uma média diária de 5 mil estudantes em fevereiro para 2.700 na última semana de aulas em março.
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