Na Síria, já morreram mais de 3000 pessoas, incluindo nas áreas controladas pelo Governo da Síria e em áreas rebeldes, de acordo com os Capacetes Brancos (voluntários da proteção civil), ao passo que na Turquia o número supera os 16 mil mortos.
Esta quinta-feira, aliás, fechou a chamada "janela de salvamento" de 72 horas, que alguns especialistas defendem ser o tempo quase limite para encontrar sobreviventes neste tipo de catástrofes.
"Geralmente, sismos não matam pessoas, o colapso da infraestrutura mata pessoas. O fator mais premente é conseguir atendimento médico para as pessoas esmagadas sob prédios desabados antes que os seus corpos falhem ou sangrem, na janela de 72 horas", disse Ilan Kelman, um especialista, à AFP.
Às atuais dificuldades no terreno, juntam-se também o muito frio, neve e chuva que se fazem sentir no sul da Turquia e no norte da Síria, onde foi o epicentro do sismo da última segunda-feira. "Está contra nós. Infelizmente, isso significa que a hipotermia é possível e as pessoas provavelmente estão a morrer devido ao clima”, disse Kelman, salientando também que sem água, muitas pessoas "começarão a morrer na marca de três, quatro, cinco dias".
De acordo com o especialista, normalmente "a grande maioria dos sobreviventes é resgatada em 24 horas por equipas locais, muitas vezes usando apenas as mãos ou uma pá".
Na Turquia, por exemplo, quase 6.500 edifícios em dez províncias do sudeste já desabaram, disse o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que reconheceu na quarta-feira alguns problemas iniciais das autoridades nos esforços de resgate.
Entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou a importância das organizações humanitárias garantirem que as pessoas que sobreviveram ao terremoto “continuem a sobreviver”. Isto numa alusão às queixas por parte de milhares de pessoas que não terão condições de habitação neste momento.
"Muitos estão a sobreviver ao ar livre, em condições cada vez piores e horríveis, com abastecimento de água, combustível e eletricidade severamente interrompidos. Corremos o perigo real de ver um desastre secundário que pode causar danos a mais pessoas do que o desastre inicial se não nos movermos com o mesmo ritmo e intensidade que estamos a fazer no lado de busca e salvamento. As pessoas precisam dos elementos básicos para sobreviver nesta fase", disse o responsável de resposta a incidentes da OMS, Robert Holden.
Refira-se que o sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria. Foi seguido de várias réplicas, umas das quais de magnitude 7,5.
[Artigo atualizado às 11:10]
*Com agências
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