"Até há alguns minutos, o número de vítimas confirmadas era de 59", disse Vincenzo Voce, autarca de Crotone, ao canal de notícias Sky TG-24, às 16:00 locais (15:00 em Lisboa), citado pela AFP.

Em balanço anterior, outra responsável do governo provincial da Calábria, Manuela Curra, disse que pelo menos 58 pessoas perderam a vida no naufrágio que ocorreu ao amanhecer, perto da cidade italiana de Crotone, na Calábria (sul).

As equipas de socorro italianas davam conta de 45 corpos de migrantes encontrados e 80 sobreviventes do naufrágio ocorrido hoje de madrugada ao sul de Itália, mas receavam que pudesse haver mais vítimas mortais.

Entre as vítimas encontram-se muitas crianças, incluindo um recém-nascido, e mulheres, segundo relatos dos socorristas.

Segundo Curra, 81 pessoas sobreviveram e 20 foram hospitalizadas.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou, num comunicado, o seu “profundo pesar” pela tragédia e disse que era “criminoso colocar um barco de 20 metros com 200 pessoas a bordo e uma previsão do mau tempo” no mar.

A incerteza quanto ao número de vítimas, com as autoridades a assumir que podem vir a ser mais do que as registadas até ao momento, deve-se a diferentes relatos dos sobreviventes quanto às pessoas que viajavam no barco que naufragou ao amanhecer perto da cidade italiana de Crotone, na Calábria (sul).

O número de passageiros adiantado por sobrevivente varia entre 150 e 250, disseram elementos das equipas de socorro, admitindo haver dificuldades de comunicação com os migrantes por causa da língua.

A imprensa italiana noticiou que os migrantes são do Iraque, Irão, Síria e Afeganistão, depois de inicialmente também ter sido referida a presença de paquistaneses.

Segundo a guarda costeira, o barco partiu-se nas rochas a poucos metros da costa, numa altura em que o mar estava muito agitado.

As imagens da polícia italiana mostravam destroços de madeira espalhados ao longo de uma centena de metros da praia, onde muitos socorristas e sobreviventes estavam à espera de serem transferidos para um centro de receção.

Meloni disse que o Governo está empenhado em evitar a partida de barcos em condições que resultem em tragédias como a de hoje, e prometeu continuar a fazê-lo, “exigindo sobretudo a maior colaboração dos Estados de partida e de origem”.

Este naufrágio ocorreu poucos dias depois de o parlamento ter aprovado novas regras controversas sobre o resgate de migrantes, formuladas pelo executivo dominado pela extrema-direita.

Meloni, líder do partido de extrema-direita Fratelli d’Italia (FDI), assumiu a chefia de um governo de coligação em outubro de 2022, após prometer reduzir o número de migrantes que chegavam a Itália.

A nova lei obriga os navios humanitários a efetuar apenas um salvamento de cada vez, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de morte no Mediterrâneo central, que é considerado a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.

A localização geográfica da Itália torna-a um destino privilegiado para os requerentes de asilo que se deslocam do Norte de África para a Europa e Roma há muito que se queixa do número de chegadas no seu território.

Segundo o Ministério do Interior, quase 14.000 migrantes desembarcaram em Itália desde o início do ano, contra cerca de 5.200 durante o mesmo período do ano passado e 4.200 em 2021.

(notícia atualizada às 16h14)

*Com Lusa