A urna foi retirada do antigo picadeiro real, local onde decorreu o velório do antigo Presidente da República, pelas 10:04 por cadetes das Forças Armadas, e seguiu em cortejo com escolta de honra, parando minutos depois à porta do Palácio de Belém, como estava previsto no programa das cerimónias.
Rosas brancas adornaram a charrete da GNR que transportava a urna, coberta pela Bandeira Nacional, e puxada por quatro cavalos brancos, num cortejo escoltado pela Guarda de Honra da GNR a cavalo.
Batedores da PSP, a Guarda de Honra da GNR, uma viatura também da GNR transportando as insígnias do antigo chefe de Estado e uma outra viatura transportando a família compuseram o cortejo que parou depois à porta do Palácio de Belém.
Nesse momento ouviu-se um longo aplauso por parte de dezenas de pessoas que assistiam do lado oposto da estrada, junto ao jardim, e por parte de funcionários da Presidência da República, alguns à porta e outros na parte de cima do palácio.
O cortejo fúnebre do antigo Presidente da República Jorge Sampaio chegou ao Mosteiro dos Jerónimos às 10:35 e foi aplaudido por centenas de pessoas, que permanecem no exterior para assistir ao funeral através de um ecrã gigante.
À chegada ao Mosteiro dos Jerónimos, para uma cerimónia de Estado - motivo pelo qual foi realizada nos Claustros e não na capela -, a urna foi retirada por cadetes dos três ramos das Forças Armadas. O antigo chefe de Estado recebeu honras de Estado pelo batalhão com banda e fanfarra da GNR.
A mulher de Jorge Sampaio, Maria José Ritta, e os filhos, André e Vera, juntaram-se ao Presidente da República, presidente do parlamento e primeiro-ministro enquanto o batalhão da GNR tocou a marcha fúnebre.
Iniciada a cerimónia, no exterior, a grande maioria das pessoas que aplaudiu a chegada do cortejo fúnebre aos Jerónimos continuou, apoiada nas barreiras de segurança, em silêncio, a ver a transmissão do funeral no ecrã gigante instalado perto da entrada do mosteiro.
O momento mais solene aconteceu com a chegada da urna ao centro do claustro do Mosteiro dos Jerónimos, com todos os convidados em pé e em silêncio. Em seguida, foram colocadas as insígnias e interpretado o hino nacional, pela Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, com guarda de honra em torno da urna por cadetes das Forças Armadas durante toda a cerimónia.
Seguiu-se a passagem de um excerto do discurso da tomada de posse de Jorge Sampaio como Presidente da República, a 9 de março de 1996, a sua intervenção na CNN sobre Timor-Leste, em dezembro do mesmo ano, e mensagens dos antigos primeiro-ministro e Presidente da República timorenses, Mari Alkatiri e José Ramos Horta.
Cerca de 300 pessoas assistem à cerimónia, no Mosteiro dos Jerónimos, que conta com as altas figuras do Estado, família, amigos próximos e delegações estrangeiras.
Na cerimónia estiveram presentes o rei de Espanha, Filipe VI, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, os antigos Presidentes da República António Ramalho Eanes e Aníbal Cavaco Silva, o vice-Presidente de Angola, Bornito de Sousa, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, assim como os líderes dos partidos com representação no parlamento português. Os antigos primeiros-ministros José Sócrates e Pedro Passos Coelho também estão entre os convidados para a cerimónia fúnebre.
Filhos recordam “homem bom” que sabia que na vida e na política “nada se faz sozinho”
Os filhos do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, Vera e André, recordaram hoje o seu pai como “um homem bom”, que sabia que na vida e na política “nada se pode fazer sozinho”.
Coube à filha mais velha o primeiro discurso na cerimónia oficial no claustro do Mosteiro dos Jerónimos, numa intervenção em que quis recordar o pai com a “autenticidade e proximidade” com que falava com os filhos.
“O nosso pai era um homem bom, atento e disponível, para quem as pessoas contavam cima de tudo, não as pessoas em geral, mas cada pessoa com nome e rosto”, destacou.
Jorge Sampaio, sublinhou, “não gostava de arrogância” e “cultivava a amizade e a camaradagem porque sabia que, na vida e na política, nada se pode fazer sozinho”.
André Sampaio, visivelmente emocionado, recordou o pai como um homem “popular sem ser populista, sempre próximo sem nunca banalizar a proximidade, que foi estadista e simultaneamente cidadão comum, que foi amado sem gostar de ser venerado”.
“Foi lutador e pacificador, sabia ouvir e sabia decidir, valorizava a convergência, mas também os momentos de divergência, foi um homem justo, corajoso, mas sem medo de chorar, foi um homem bom, um pai extraordinário”, afirmou.
O filho do antigo chefe de Estado deixou um agradecimento especial ao atual e antigos Presidentes da República, ao presidente da Assembleia da República e primeiro-ministro, bem como à família do antigo chefe de Estado Mário Soares, falecido em 2017, e ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
“Foi notória a comoção quando se expressaram, mas também quando nos abraçaram”, realçaram.
Em espanhol, fez uma saudação especial ao Rei de Espanha, Filipe VI, presente nas cerimónias, dizendo que “o pai gostava muito da sua família”, agradecendo ainda as manifestações de amizade e afeto de Portugal a Timor, do Brasil, a São Tomé, da Guiné a Moçambique.
Aos portugueses, deixou um “agradecimento especial pelo carinho com que sempre distinguiram” o pai, “enquanto cidadão, Presidente e ex-Presidente”.
Vera Sampaio recordou a sua relação com o pai, “sem barreiras nem bloqueios, de franqueza e honestidade recíprocas”.
“Aprendemos desde cedo a ser livres, mas responsáveis, a olhar não para nós, mas para os outros”, destacou, dizendo que não existia em Jorge Sampaio “uma discordância entre o político e o pai”, de quem recordou a “sabedoria que lhe iluminava os olhos”.
A filha mais velha do antigo chefe de Estado lembrou ainda a capacidade de se emocionar do pai, “partilhando lágrimas como quem partilha um abraço”.
“E aqui estamos nós a partilhar convosco a emoção do dia mais triste das nossas vidas”, referiu, numa intervenção que terminou com uma palavra dedicada à mãe e viúva de Jorge Sampaio, Maria José Ritta.
“Estamos aqui para ti e sempre contigo”, afirmou.
Depois das intervenções dos dois filhos do ex-chefe de Estado, a atriz Maria do Céu Guerra leu um poema de Jorge de Sena - "Uma pequenina luz".
Primeiro-ministro destaca "vigilante defensor da democracia" e a "visão humanista"
O primeiro-ministro afirmou que a República deve louvar-se por ter sido presidida por um cidadão como Jorge Sampaio, um exemplo de rigor ético, honradez e vigilante defensor da democracia, nunca cedendo à demagogia e ao populismo.
Num discurso em que se referiu à sua profunda ligação pessoal, profissional e política com o chefe de Estado de Portugal entre 1996 e 2006, o líder do executivo caracterizou Jorge Sampaio como “um exemplo de rigor ético, de sobriedade e honradez pessoal, de simpatia e empatia humana, de proximidade às pessoas, sobretudo às mais desfavorecidas, excluídas ou esquecidas”.
“Fazia isso com a autenticidade que punha em tudo e com a seriedade que nunca cedia à demagogia ou ao populismo. Nestes tempos de tantas tentações antidemocráticas, este património é fundamental. Mostra-nos como se pode ser um atento e vigilante defensor da democracia, não pactuando nunca com aquilo que a desvirtua ou desvaloriza, e fazendo tudo para denunciar e corrigir o que nela está mal, mas usando sempre esse combate e a denúncia dessas fraquezas para aperfeiçoar e reforçar a democracia - e nunca contra ela, para a depreciar ou desacreditar”, defendeu António Costa.
Para o primeiro-ministro, em suma, a democracia portuguesa “pode e deve orgulhar-se por ter sido servida por um político maior como Jorge Sampaio e a República deve louvar-se por ter sido presidida por um cidadão exemplar como ele”.
Na parte final da sua intervenção, o primeiro-ministro lembrou palavras que Jorge Sampaio proferiu no discurso que proferiu no parlamento, quando foi empossado Presidente da República: “Não há portugueses dispensáveis”, disse, em março de 1996. Na perspetiva de António Costa, esta mensagem de “valorização das pessoas, de coesão nacional e de inclusão social provinha, nele, de uma convicção profundíssima”.
“E pode, neste dia, simbolizar a sua atitude humana, a sua luta democrática, a sua ação política, o seu idealismo moral - e continua também a ser uma grande mensagem para os dias do presente e para os tempos do futuro. Não há portugueses dispensáveis e, por isso, não podemos dispensar Jorge Sampaio”, frisou o primeiro-ministro.
Em relação ao percurso político de Jorge Sampaio, o líder do executivo referiu que Jorge Sampaio, “desde a sua a liderança do movimento associativo na Crise Académica de 1962, até à iniciativa da criação da Plataforma Global para Estudantes Sírios, teve uma vida pública sempre feita de grandes convicções e de persistentes ações que realizavam essas convicções”. “No exercício de altos cargos políticos – membro do Governo, deputado, secretário-geral do PS, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Presidente da República – deu um valiosíssimo contributo para dignificar a nossa democracia e prestigiar Portugal”, sustentou. No exercício destes cargos, segundo o primeiro-ministro, “a visão humanista e a exigência ética tornaram-se um atributo definidor da sua figura moral e política”. “Por isso, se constituiu como uma referência e um padrão de exigência”, acentuou.
Jorge Sampaio, na perspetiva do atual líder dos socialistas, caracterizou-se também como “um político que adorava o debate intelectual, aberto a novas ideias e às mudanças dos tempos, culto e informado do que se passava no mundo”.
“Foi um político com princípios, exigente – podemos mesmo dizer ultra exigente - consigo próprio, fiel à sua concepção de uma democracia de cidadania, de participação e de progresso. Foi um político ao mesmo tempo firme e flexível, que nunca cedeu nos valores essenciais, mas soube construir pacientemente apoios, promover acordos, obter consensos. O respeito que conquistou em todos os quadrantes políticos e em todos os setores da sociedade são o melhor penhor da sua excecional qualidade política e humana”, realçou.
António Costa referiu-se igualmente a obras e traços marcantes de ação política deixados por Jorge Sampaio na presidência da Câmara de Lisboa, entre 1989 e 1995, ou como chefe de Estado, mas também falou sobre a sua longa e profunda relação pessoal com o antigo líder do PS e Presidente da República.
“Fui, desde muito jovem, amigo de Jorge Sampaio, seu camarada de partido, estagiário na advocacia, colaborador próximo no PS, diretor da sua primeira campanha presidencial, membro de três governos quando ele era Presidente da República. Com ele, aprendi política e direito, concordei e discordei (no futebol, sobretudo), conspirei e testemunhei a combinação única da exaustiva ponderação com a capacidade da decisão fulgurante que surpreendia. Nunca esquecerei a deferência do seu trato, as provas de amizade, a atenção afetuosa e vigilante”, salientou o primeiro-ministro, antes de procurar sintetizar traços da personalidade de Jorge Sampaio.
“Jorge Sampaio era ao mesmo tempo prudente, arrojado e astuto, resiliente e perseverante. Um homem generoso e inspirador. Com a coragem de deixar a emotividade exprimir-se em lágrimas, porque um homem chora quando precisa mesmo de chorar”, acrescentou.
Ferro Rodrigues evoca amigo cujo exemplo “vai perdurar e inspirar muitas gerações”
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, recordou hoje “o amigo” Jorge Sampaio, que “escolheu colocar as suas qualidades ao serviço de causas” e cujo exemplo “vai certamente perdurar e inspirar muitas gerações”.
“Jorge Sampaio foi um ilustre português e o seu exemplo vai certamente perdurar e inspirar muitas gerações”, afirmou Ferro Rodrigues.
Ferro Rodrigues recordou Sampaio como “uma pessoa de grande saber, cultura, inteligência e generosidade”.
“Alguém que escolheu colocar as suas qualidades ao serviço de causas”, sublinhou.
A segunda figura do Estado insistiu para que, no momento do seu desaparecimento, seja feita a Sampaio a “homenagem devida, recordando-o nas suas múltiplas facetas: o grande advogado, o grande político, o enorme ser humano e um dos melhores servidores da causa pública da sua geração”.
“E, permitam-me, recordando também o amigo. Ao contrário do que muitas vezes se diz, na política também se fazem amigos. E Jorge Sampaio teve muitos e grandes amigos na política, com quem debateu e partilhou ideias, muitas vezes pela noite dentro, influenciando-se mutuamente, e que marcaram o seu trajeto”, vincou, lembrando alguns dos seus “queridos amigos” que também já morreram.
Para o presidente do parlamento, “se este é um momento de dor e de tristeza, é também um momento para lembrar quão afortunado foi Portugal por ter tido em Jorge Sampaio um dos seus cidadãos mais ilustres, e que é, desde há muito, e por direito próprio, uma referência política do Portugal democrático”.
Ferro Rodrigues recordou o papel de destaque de Sampaio na oposição à ditadura do Estado Novo mas também o seu “contributo para a consolidação da democracia de abril”, referindo-o como “um dos principais impulsionadores do Movimento de Esquerda Socialista (MES)”, jornada que partilharam, antes da adesão ao Partido Socialista.
Recordando a sua “intervenção cívica ativa”, Ferro considerou que Sampaio “prestigiou todos os cargos que exerceu, tendo sabido usar a palavra pública e a sintonia que conseguiu alimentar com o povo português para gerar verdadeiros compromissos estratégicos”.
Para Ferro Rodrigues, o ex-Presidente foi “um socialista dos valores humanitário e da justiça social”.
“O exemplo de Jorge Sampaio lembra-nos a importância não só de perfilharmos ideias nobres e justas, mas, também, da relevância de intervirmos para melhorar o mundo em que vivemos. Felizmente, Jorge Sampaio soube fazê-lo, mantendo, até ao fim dos seus dias, uma constante intervenção político-cultural”, afirmou.
O presidente da Assembleia da República finalizou o seu discurso deixando uma nota de agradecimento: “Por tudo o que generosamente nos deu, por tudo o que nos ensinou, por tudo o que connosco partilhou, obrigado Jorge Sampaio”.
Marcelo Rebelo de Sousa recorda um dos "maiores" da história que "nunca quis ser herói, mas foi"
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prestou uma última homenagem a Jorge Sampaio, afirmando que "amou Portugal pela fragilidade" e "não pela força", um dos "maiores", que "nunca que quis ser herói, mas foi".
"Aqui se fizeram mais de 500 anos de história, aqui se afirmou e afirma tanta da nossa história, tanta da nossa cultura, tanto do nosso humanismo, tanta da nossa portugalidade (...). Portugalidade de ir e de voltar, ou de partir ficando, de descobrir raízes nas lonjuras dos oceanos e dos continentes. Aqui, o que sentimos como nosso só pode e deve ser ser por nos lembrar o Universal. Aqui, amar o que somos é amar pessoas com nomes, com rostos, aqui tem sentido evocar alguns dos nossos maiores e agradecer-lhes a vida que deram à nossa vida. Jorge Sampaio é um desses maiores", afirmou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu a grandeza de Sampaio "na história que sentiu, que pensou, que construiu, com a suprema delicadeza de quase pedir desculpa por estar a construí-la, na cultura que era o seu respirar, no que lia, no que via, no que ouvia, no que discernia, no que ensinava, no humanismo fundado numa ética de compaixão, de partilha e de serviço".
"Compaixão não condescendente, não sobranceira, não assistencial, antes identificação plena pelo sofrimento, a privação, o abandono sem esperança e, por isso, partilha integral e compromisso de serviço dos outros", completou.
Recorrendo à "lição de há um ano atrás" do cardeal e poeta José Tolentino de Mendonça, neste mesmo lugar, nas comemorações do Dia de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu o amor de Jorge Sampaio por Portugal como "algo que, precisamente por estar colocado dentro da história, sujeito aos seus solavancos, está exposto a tantos riscos", e não como "idealmente emoldurando-o para que permanecesse fixo numa imagem de glória e desejando que ela não se modificasse jamais".
"Jorge Sampaio não amou Portugal pela força, amou Portugal pela fragilidade. E, recordava-o Tolentino de Mendonça, quando é o conhecimento da fragilidade a inflamar o nosso amor, a chama deste é muito mais pura", reforçou.
"Nunca quis ser herói, mais foi, em tantos e tantos dos seus lances de vida, heroico. Daquele heroísmo discreto, mais lírico do que épico, mais doce do que impulsivo. Firme, mas doce. E também por isso o recordamos com doçura. E lhe agradecemos o amor que nunca negou a Portugal, à sua maneira de amar Portugal", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Amou Portugal na militância solidária com os próximos, mas também com os mais distantes no universo. Amou Portugal nos sem teto a quem ajudou a dar teto, nos sem horizonte a quem ajudo a dar razões de esperança, no sujar as mãos de intelectual nas obras de que se fazem as casas, as escolas, as ruas, os bairros, as cidades, as metrópoles. Amou Portugal na saga do povo timorense, no abraço aos povos vindos de fora", prosseguiu, lembrando a sua passagem pela Câmara Municipal de Lisboa, o exercício da Presidência da República e a sua atividade mais recente de apoio a "refugiados estudantes sírios e, ainda há dias, afegãos".
O Presidente da República terminou o seu discurso, de sete minutos, declarando que, "para Jorge Sampaio, Portugal nunca foi uma abstração, nunca foi uma fortaleza fechada, egoísta e distante", e citando o poema "Uma pequenina luz", de Jorge de Sena, lido antes pela atriz Maria do Céu Guerra nesta sessão evocativa."Foi um grande senhor da sua e da nossa pátria. Uma pequenina, mas enorme luz bruxuleante que deu vida e dá vida a Portugal e ao mundo", concluiu.
No fim desta sessão evocativa, que terminou uma hora antes do previsto, soou o hino nacional e, de seguida, pelas 11:55, o cortejo fúnebre partiu dos Jerónimos em direção ao Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, com escolta de honra pela Avenida da Índia, Avenida 24 de Julho, Avenida da Ribeira das Naus, Praça do Comércio - momento em que cinco caças F-16 sobrevoam o local - Avenida Infante D. Henrique, Avenida Mouzinho de Albuquerque, Praça Paiva Couceiro e Rua Morais Soares.
O cortejo fúnebre fez então a última paragem no cemitério do Alto São João às 12:38 e foi recebido por aplausos de populares.
No cemitério estava formada uma guarda de honra constituída por 165 militares dos três Ramos das Forças Armadas, comandada pelo capitão-de-fragata Silva Caldeira. A guarda de honra é composta pela banda da Armada, o estandarte da Marinha, uma companhia de fuzileiros, outra de comandos e uma outra de militares do Centro de Formação e Técnica da Força Aérea na Ota. À passagem da urna, foi executada uma marcha fúnebre e o pelotão de fuzileiros executou três tiros de salva.
Depois da entrega da bandeira portuguesa que cobriu a urna de Jorge Sampaio por Marcelo Rebelo de Sousa à família, e após alguns momentos de silêncio dentro do cemitério, as entidades oficiais despediram-se para o momento final dedicado ao núcleo restrito mais próximo.
As cerimónias oficiais do funeral do antigo Presidente da República Jorge Sampaio terminaram perto das 13:00 de hoje no cemitério do Alto São João.
Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu na sexta-feira, aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias. O Governo decretou três dias de luto nacional, entre sábado e segunda-feira.
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