A festa de caráter ilegal ocorrida em 7 de junho, no salão de festas do clube desportivo de Odiáxere, em Lagos, alegadamente para festejar um aniversário, continua na ordem do dia.
Esta sexta-feira foi feito um ponto de situação e segundo dados revelados pela delegada regional de saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro, o número de infetados com covid-19 relacionado com o evento subiu para 90. A maioria dos casos (82%) são residentes no concelho.
A responsável sinalizou que foram realizados 1.222 testes, numa média à volta dos 250 diários. O grupo etário mais afetado é o dos 20 aos 29 anos (31 casos). Contudo, estão identificadas várias crianças no dos 0 aos 9 anos, que têm laços familiares com casos positivos que estiveram na festa.
Esta situação mereceu um comentário especial da Diretora-geral da Saúde durante a conferência de imprensa de balanço sobre a situação de covid-19 em Portugal — que agora só decorre às segundas, quartas e sextas-feiras. Festas como antigamente, em tempos sem pandemia, não podem acontecer.
"Uma atenção especial visto que os nossos atos não implicam apenas consequências na nossa saúde, como de outras pessoas", explicou Graça Freitas. "[A DGS] está sensível a que a economia funcione mas não podemos fazer festas como fazíamos antes porque põe em risco a saúde dos próprios, de terceiros, da economia e até do país", rematou.
A ministra da Saúde, Marta Temido, que hoje acompanhou a diretora-geral da Saúde, questionada se esteve em cima da mesa a possibilidade de um cordão sanitário na região, acrescentou que não será esta medida que irá impedir as pessoas de terem um comportamento menos irresponsável.
"Não está em causa um cerco sanitário. Não é um cerco sanitário que institui a racionalidade suficiente para as pessoas se absterem de comportamentos que põem em causa a sua própria saúde como das pessoas que lhe estão próximas", afirmou a governante.
A fechar a conferência de imprensa, a ministra deixou um apelo que chega em tom de aviso. "Volto a fazer mais um apelo à responsabilidade individual porque não há Estado nenhum que consiga fazer o que é responsabilidade dos indivíduos".
Um assunto que dificilmente se esgotará por aqui. Nem que seja porque perto da hora do jantar ficou a saber-se que a Ministra da Justiça pediu a intervenção do Ministério Publico para a "instauração de ações indemnizatórias contra os promotores" da festa ilegal em Odiáxere.
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