A ministra da Saúde reconheceu, na conferência de imprensa de hoje que estão a existir "dificuldades em quebrar as cadeias de transmissão", anunciando que, em concreto na região de Lisboa, terá lugar na segunda-feira uma reunião para abordar medidas de supressão da doença que "irá contar com a presença do primeiro-ministro e do presidente da área metropolitana de Lisboa e Vale do Tejo".

Na região de Lisboa vai ser um lançado o programa "Bairros Saudáveis", inspirado num programa da capital, que se destina a financiar iniciativas de saúde pública em bairros com constrangimento, anunciou a ministra que tutela a pasta da saúde.

Marta Temido sublinhou que "o Ministério da Saúde não irá deixar desperdiçar os esforços dos portugueses".

"Isto é uma maratona, não é um sprint e que engana-se redondamente quem acha que pode voltar à vida que tinha anteriormente", rematou.

A estas afirmações, a diretora geral de Saúde acrescentou que"temos de ser muito parcimoniosos e criteriosos nos nossos convívios" e que a DGS está "sensível a que a economia funcione mas não podemos fazer festas como fazíamos antes porque põe em risco a saúde dos próprios, de terceiros, da economia e até do país".

"É momento de por os pés na terra e fazer o que é preciso fazer", afirmou a ministra. "A violação das regras que existe neste momento é um crime", adiantou ainda recordando a situação da festa no Algarve — com 90 pessoas infetadas, entre as quais crianças com menos de 10 anos.

Mesmo a fechar a conferência de imprensa, a ministra voltou a fazer "mais um apelo à responsabilidade individual porque não há estado nenhum que consiga fazer o que é responsabilidade dos indivíduos".

Morreu um dos doentes infetados do IPO de Lisboa

Um dos doentes infetados com covid-19 no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e que foi transferido para outro hospital morreu.

"Um dos doentes que foi transferido terá falecido numa outra unidade de saúde e, portanto, há um óbito lamentar", adiantou Marta Temido, quando questionada sobre o estado dos doentes que foram detetados com covid-19 no Serviço de Hematologia do IPO de Lisboa.

O IPO informou na quarta-feira que oito profissionais e 12 doentes internados no Serviço de Hematologia tinham diagnosticados com covid-19 e que os pacientes foram transferidos para outros hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Hoje, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou, citando dados do IPO, que os testes que foram feitos para este foco detetaram 13 profissionais e 17 doentes com covid-19, perfazendo um total de 30.

Contudo, frisou, apesar do número de casos, "a situação está controlada".

"Os profissionais positivos ou contactos positivos estão em casa, os doentes foram transferidos para outros hospitais e o serviço foi reorganizado, disse, sublinhando que "o IPO tem um excelente plano de contingência e um excelente plano de organização que tem permitido fazer face a todas as outras situações e a esta também".

Segundo Graça Freitas, desde o início da pandemia foram identificados 88 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, graças ao "excelente plano de contingência" do IPO que "testa regularmente os seus profissionais, testa os seus prestadores de serviços e testa os seus doentes".

Registados 3.681 profissionais de saúde infetados

Até ao dia de hoje, foram contabilizados 561 médicos e 1.180 enfermeiros infetados, disse a ministra da Saúde.

Registam-se ainda 1.082 assistentes operacionais, 166 assistentes técnicos, 113 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e cerca de 620 de grupos profissionais diversos infetados com a doença, revelou.

Até hoje, contabilizam-se 3.053 profissionais de saúde curados, acrescentou.

Questionada sobre a capacidade instalada na área de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) para dar resposta à pandemia, a ministra frisou que, apesar de haver hospitais próximos de ter "a capacidade completa, como é o caso do Hospital Fernando da Fonseca [na Amadora]", a capacidade instalada na região "está ainda com grande conforto para responder àquilo que é a procura".

Esse conforto regista-se não apenas nos hospitais que servem os concelhos mais afetados, como também nos hospitais com capacidade instalada de cuidados intensivos completamente disponível, nas zonas mais a norte e a sul do distrito de Lisboa, salientou Marta Temido.

Portugal regista hoje 38464 casos confirmados e 1527  mortes, mais 3 que ontem.

Entre os 375 casos  confirmados,  284 foram detetados na região de Lisboa e Vale do Tejo, que continua a ser a que tem a percentagem dominante com um total de 16255 infetados.

Das três mortes registadas nas últimas 24 horas, duas foram na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma na região Centro.

O número de recuperados regista hoje um crescimento significativo passando de 24010 ontem para 24477 (mais 467).

Há à data de hoje 422 doentes internados e 67 nos cuidados intensivos.

(Notícia atualizada às 17:57)