"Quando no Interior tivermos tanto crescimento como aquele que temos no Litoral, o país terá duplicado a sua capacidade de crescer. E essa é a oportunidade que nós temos", disse António Costa.
O primeiro-ministro discursava no final de uma visita à empresa Coficab, em Vale de Estrela, Guarda, onde assistiu ao lançamento de um projeto de investimento avaliado em 38,1 milhões de euros.
"E, por isso, eu digo que o Interior não é um fardo, o Interior não é um problema. O Interior, pelo contrário, é a enorme oportunidade que está por explorar. E é essa exploração que nós temos que fazer e que temos que agarrar e que temos agora a oportunidade de fazer", rematou.
No seu discurso, referiu que olhando para o mapa nacional, a realidade diz "que o enorme potencial que o país tem por aproveitar, que não tem aproveitado ao longo de décadas, é precisamente" o Interior.
"E, portanto, se queremos crescer, é toda esta faixa que vem desde o barrocal algarvio até à fronteira de Trás-os-Montes com a Espanha, que nós temos de ser capazes de mobilizar, de valorizar, e ajudar a fazer o país crescer, assumiu.
No entanto, segundo o líder do Governo, "para fazer não basta falar, não basta ter um secretário de Estado para a Valorização do Interior".
"É preciso termos políticas concretas e integradas que permitam essa valorização do Interior", rematou.
António Costa lembrou ainda que o Governo que lidera procedeu à reabertura de mais de 20 tribunais que tinham sido encerrados, à criação de Lojas do Cidadão no Interior e já procedeu a "uma primeira intervenção nas portagens".
Disse ainda que o grande investimento que está atualmente a ser feito na ferrovia é na Linha da Beira Alta e na Linha da Beira Baixa, também no Interior do país.
Segundo António Costa, apoiar as empresas, a internacionalização, a valorização do Interior e a inovação, significa "mais empresas" e "mais emprego".
O primeiro-ministro presidiu hoje na Guarda à assinatura de um contrato de incentivos fiscais ao projeto de investimento da fábrica Coficab.
Com o desenvolvimento deste projeto, segundo o executivo - em que a empresa beneficiará de um crédito fiscal em sede de IRC de 20% e isenção em sede do Imposto do Selo até ao montante máximo de 5,7 milhões de euros - serão criados mais 129 postos de trabalho até 31 de dezembro de 2022, bem como se garante a manutenção dos atuais 492 empregos.
Na sessão, Hichem Elloumi, presidente do Grupo Coficab disse que "a Guarda é muito especial" para a empresa e assumiu que, com o investimento a realizar, "o futuro da indústria automóvel é escrito na Guarda".
O ministro da Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira observou que a unidade fabril "é líder mundial no setor em que trabalha".
A comitiva do primeiro-ministro foi recebida com um protesto da FENPROF, com os manifestantes a gritarem palavras de ordem e a empunharem cartazes com mensagens como "O tempo de serviço não se negoceia - conta-se" e "Basta de desvalorização! Professores exigem respeito".
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