O inquérito estará disponível durante dois meses e segundo os organizadores pretende chegar este ano a 200 mil pessoas, depois de sempre ter ultrapassado as 100 mil nas anteriores cinco edições.

Helena Valente, da Faculdade de Psicologia do Porto, investigadora na área das substâncias psicoativas e uma das representantes em Portugal do GDS, explicou à Lusa que o inquérito é lançado em 23 países e que é “o maior inquérito sobre padrões de consumo de drogas no mundo”.

A responsável reconheceu que por ser “online” não chega a todo o tipo de pessoas, mas que, por outro lado, o facto de ser respondido pela internet concede-lhe um grau de confidencialidade que permite respostas “que de outra forma eram complicadas”, dado que em alguns países “os consumidores de drogas têm a vida dificultada”.

De qualquer forma, explicou, consegue-se o objetivo, que é ter um conhecimento sobre padrões de consumo, sendo que ao mesmo tempo se “dá um retorno aos que respondem”, criando informação sobre formas de gerir consumos, e dando conselhos práticos para ajudar os consumidores.

O inquérito (disponível a partir de hoje em www.globaldrugsurvey.com/GDS2017 ) não está pensado para “padrões de consumo problemático” nem para pessoas que não têm qualquer consumo, nem de bebidas alcoólicas, sendo mais para “consumidores ocasionais”, quer de drogas mais comuns quer de novas substâncias.

Este ano, explicou Helena Valente, vai incidir nas drogas vaporizadas, na compra de drogas na chamada “darknet” (rede fechada, não acessível pelos meios convencionais) e no uso crescente de ayahuasca, uma bebida feita de várias plantas que altera a consciência e permite sensações de psicadelismo e visionismo, usada por exemplo por algumas tribos no Brasil.

Outros temas do inquérito são o uso medicinal de cannabis, o consumo de ecstasy ser mais perigoso nas mulheres, os cogumelos mágicos e as “bad trip”, a ajuda aos consumidores de álcool que querem beber menos, ou as substâncias, além da cannabis, que estão a ser consumidas por vaporização e quais os riscos.

Helena Valente disse que o consumo de drogas por vaporização é uma nova moda, nomeadamente o haxixe.

Um vaporizador permite a extração e inalação dos compostos ativos do produto e substitui o método tradicional de misturar com tabaco.

O GDS, com sede em Londres, é constituído por 40 académicos e clínicos dos países participantes e está traduzido para 13 línguas. Os responsáveis pretendem chegar a 2020 com tradução para 20 línguas e com meio milhão de respostas por ano.

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