Oficialmente, as milícias combatem dentro das unidades paramilitares dos Hashed al-Shaabi (Mobilização Popular) e sob o comando do primeiro-ministro, Haider Al-Abadi.
Quem são estas milícias?
Cerca de 10 mil milícias estão envolvidas na ofensiva de Fallujah, lançada a 22 de maio, incluindo as mais poderosas do país, como o Hezbollah ou a organização Badr e Asaib Ahl al-Haq.
Embora se considere que o Irão está por detrás destes grupos, outras organizações xiitas que não estão ligadas a Teerão também estão envolvidas na operação, e são próximas da autoridade religiosa xiita suprema no Iraque.
Mas também integram as unidades Hashed al-Shaabi várias tribos sunitas locais. Cerca de 30.000 combatentes das unidades Hashed participaram nas fases iniciais da ofensiva contra Fallujah. Com um total de cerca de 60.000 combatentes, as unidades Hashed representam a maior força armada no Iraque.
Apesar das grandes operações serem geralmente confiadas aos serviços de elite antiterrorista, as Hashed conseguiram importantes vitórias contra o EI desde 2014.
O papel das milícias
Estas milícias desempenharam um papel essencial na primeira fase da ofensiva, atuando em áreas nos arredores de Fallujah, cortando rotas de abastecimento e reforçando o cerco da cidade. Também recuperaram setores da região que estavam nas mãos do EI, como Garma e Saqlawiya.
A tarefa que lhes foi confiada está próxima do fim e, nas áreas recuperadas, as forças das unidades Hashed começam a ceder terreno para o exército e a polícia.
O governo deixou claro que estas unidades têm apenas um papel de apoio para a segunda fase da ofensiva e não devem entrar no centro de Fallujah. Mas o comandante das unidades Hashed, Abu Mahdi al Mohandis, advertiu este domingo que as suas forças não ficariam "de braços cruzados", à espera que as forças de elite controlem a cidade.
A polémica
Algumas milícias xiitas foram acusadas de violência sectária contra civis sunitas em operações anteriores. Assim, a sua participação numa ofensiva contra um dos redutos mais emblemáticos do EI na vasta província sunita de Al-Anbar é percebida como potencialmente explosiva.
Embora os seus líderes se abstenham de fazer qualquer declaração mais sensível, alguns militantes acreditam que o combate em Fallujah lhes permitiria vingar os atentados que atingiram recentemente Bagdade. Além disso, as suas ligações com o Irão e o seu envolvimento em ataques contra o exército de ocupação durante a invasão do Iraque em 2003, faz deles aliados incómodos para a coligação internacional liderada por Washington, que fornece o apoio aéreo.
Abusos em Fallujah
Vários líderes políticos sunitas de Al-Anbar acusaram as milícias xiitas de maus tratos e tortura de civis sunitas durante a operação, mas foram fornecidos poucos detalhes para apoiar estas alegações. Após apelos da ONU e de organizações de defesa dos direitos humanos, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, prometeu investigar qualquer facto ou abuso e levar à justiça os responsáveis.
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