Depois de Patrícia Sampaio nos ter mostrado que as medalhas olímpicas também podem ser para os portugueses, foi a vez do campeão mundial em título Diogo Ribeiro tentar a sua sorte na nos 100 metros de mariposa, mas as distâncias entre as infraestruturas olímpicas, em particular no que toca ao local de refeições afastaram-no de um lugar na meia-final. Esta não é uma queixa apenas do atleta português, sendo que a "nouvelle cuisine" da vila olímpica em Paris já foi alvo de críticas de vários atletas.
Em declarações aos jornalistas no final na prova, afirmou que o local de refeições era muito longe da piscina. "A alimentação não é boa. (...) Mexe connosco."
Na prova de hoje nos Jogos Olímpicos Paris2024 Diogo Ribeiro ficou-se pelo 20.º melhor tempo das eliminatórias.
O campeão mundial em título, de 19 anos, foi sexto na terceira série da sua prova de eleição, com 51,90 segundos, ficando a 28 centésimos do 16.º e último apurado.
Ainda em declarações aos jornalistas, acrescentou: "Acho que não estou na minha melhor forma aqui, infelizmente. Custa é aceitar que são os Jogos Olímpicos, que é a maior competição das modalidades e não estou na minha melhor forma, mas não trocaria uma final olímpica pelo título mundial. Por isso, estou contente com a época que fiz", resumiu.
Diogo Ribeiro admitiu que, se calhar, as férias que teve depois do Mundial "interferiram um pouco" na sua prestação olímpica.
"Ninguém sabe, mas apanhei uma bactéria nessas férias, que me condicionaram os primeiros dois meses de treino após isso. Mas, faz tudo parte do processo e tenho 19 anos e tudo o que estou a viver agora, mesmo até aos 20 anos, tudo o que estou a viver é para ganhar experiência e é para perceber o que é que eu posso fazer daqui para a frente da minha carreira", destacou.
O nadador de 19 anos recordou que todos os anos tem conquistado "algum título" e, mesmo que não ganhe, chega às medalhas, por isso tem de estar "contente porque não houve ninguém a fazer isto na natação" portuguesa.
"Acho que mesmo os portugueses podem e devem pedir mais, porque vim aqui como campeão mundial, mas acho que também têm de agradecer pelo que nós fazemos, porque estamos todos os dias a trabalhar para chegarmos aqui e ninguém quer mais do que nós. Nós somos os que queremos mais fazer os melhores resultados possíveis e dar o máximo de nós", vincou.
Ribeiro disse ter confiado "no processo de treino de sempre", lamentando que "feliz ou infelizmente" este só tenha corrido mal agora, precisamente nos Jogos Olímpicos.
"Mas, acho que tinha de acontecer para percebermos que temos de mudar alguma coisa no treino, se calhar. Não sei o quê, vamos tentar descobrir e já no próximo ano tentar voltar às medalhas internacionais", disse o também campeão mundial dos 50 mariposa.
Depois de falhar o apuramento para as 'meias', o jovem luso garantiu que a estreia olímpica foi "uma aprendizagem".
"Sinto que mesmo sendo campeão do mundo, de juniores, absolutos, bronze europeu, prata mundial, três mundiais de juniores, recorde do mundo juniores... Tudo isso foi uma aprendizagem. Ainda não tenho a experiência, sou novo, 19 anos. Já competi muito entre os maiores nomes da natação mundial, mas sinto que o trabalho realizado até aqui, pelo menos na minha cabeça, foi muito focado naquilo que estava mal no Mundial, que foi os subaquáticos e as partidas", destacou.
Esta eliminação nacional com grandes expetativas acontece no mesmo dia em que também Lorène Bazolo falhou hoje o apuramento para as meias-finais dos 100 metros de corrida no atletismo e Isaac Nader apurou-se hoje para as meias-finais dos 1.500 metros na mesma modalidade.
Isto depois de também Yolanda Hopkins ter sido na noite de ontem eliminada nos oitavos de final da prova de surf feminino ao perder frente à costa-riquenha Brisa Hennessy, em Teahupo'o, na Polinésia Francesa.
Portugal fica continua assim apenas com uma medalha olímpica, de bronze, conquistada pela judoca Patrícia Sampaio que conquistou o bronze em -78 kg.
*Com Lusa
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