As borrachas do açude insuflável de Abrantes estão a ser reparadas desde o início de agosto, no leito do rio Tejo. O vice-presidente da Câmara Municipal de Abrantes, João Gomes, explica que a reparação de dois rombos na borracha do açude constitui um trabalho de "grande complexidade", uma vez que a variação do caudal do rio tem de ser monotorizada de hora a hora.

Para ultrapassar as variações de caudal do Tejo, a autarquia de Abrantes conta com "coordenação diária, quase hora a hora" da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da EDP e da hidroelétrica espanhola Iberdrola, que têm colaborado na gestão e informação sobre o débito de água pelas respetivas barragens.

Os rombos existentes no açude de Abrantes devem-se, afirma João Gomes, a atos de vandalismo, identificados há cerca de 18 meses, aquando da insuflação do açude. O açude em Abrantes está ‘em baixo' há cerca de três anos, tendo João Gomes lembrado que "os atos de vandalismo decorreram de uma situação anómala, quando o açude foi desinsuflado para permitir que o nível das águas baixassem para a operação de intervenção na ponte" rodoviária, que liga Abrantes a Rossio ao Sul do Tejo.

A operação de reparação de dois rombos na borracha do açude de Abrantes, no distrito de Santarém, constitui um investimento superior a 350 mil euros e foi adjudicada a uma empresa especializada alemã, que, antes da intervenção direta no açude, construiu, em julho, uma ensecadeira - dispositivo criado a partir de um aterro em terra para a contenção temporária da ação das águas e para executar as obras sem a interferência das mesmas.

A par destas obras, vai ser algo de intervenção a acessibilidade à escada passa peixe, ou seja, "melhorar o maciço rochoso, que será devidamente preparado para facilitar a entrada dos peixes na escada passa peixe", disse João Gomes, lembrando os diminutos caudais do rio nestes últimos dias.

O açude de Abrantes foi inaugurado em 2007, constituiu um investimento de 10 milhões de euros e é o único equipamento do género construído no rio Tejo. O projeto nasceu com o objetivo de criar um extenso espelho de água no Tejo, constituindo a base do Aquapolis, o parque urbano ribeirinho que se estende pelas duas margens do rio, abrangendo uma área total de aproximadamente 85 hectares, 50 dos quais no rio.