As mensagens dos líderes da Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Canadá, entre outros, foram transmitidas por vídeo no âmbito da segunda cimeira da “Plataforma da Crimeia”, um fórum de diálogo político e diplomático lançado por Kiev para consulta e coordenação da resposta internacional à ocupação da região pela Rússia em março de 2014.

Esta plataforma foi apresentada inicialmente em 23 de setembro de 2020 pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante a sua intervenção na Assembleia-Geral da ONU.

Quase dois anos depois, esta plataforma ganha uma maior relevância, uma vez que todo o país é atualmente alvo de uma nova ofensiva militar russa, iniciada em 24 de fevereiro deste ano.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, instou a comunidade internacional a não mostrar “nenhuma fraqueza, nenhum espírito de compromisso” face à Rússia, no momento em que a guerra na Ucrânia cumpre, na quarta-feira, seis meses.

“Não podemos fraquejar, nem ter espírito de compromisso [em relação a Moscovo], porque se trata da nossa liberdade, de todos, e da paz em todas as partes do globo”, afirmou Macron.

“Condenamos a Rússia. Nunca reconheceremos qualquer tentativa de alterar o estatuto de qualquer parte da Ucrânia”, disse, por sua vez, o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Denunciando “a agressão não provocada desencadeada pela Rússia contra Ucrânia”, o chefe do Governo alemão prometeu continuar as sanções contra Moscovo e enviar nova ajuda militar a Kiev, incluindo sistemas de defesa aérea.

Outro dos intervenientes na cimeira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de “querer fazer a toda a Ucrânia o que fez à Crimeia”, a península anexada em 2014 por Moscovo após uma intervenção militar e um referendo denunciado por Kiev e pelo Ocidente.

“Não podemos permitir que as fronteiras sejam alteradas pela força das armas. Nunca reconheceremos a anexação pela Rússia do território da Ucrânia”, disse Boris Johnson na sua mensagem por vídeo.

Tal como o seu homólogo britânico, também o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu continuar a ajudar Kiev e a manter a política de sanções que visam Moscovo até que “a Rússia acabe com a guerra e retire as suas tropas”.

O primeiro-ministro italiano em exercício, Mario Draghi, afirmou que “a luta pela Crimeia faz parte da luta pela libertação da Ucrânia”, na sua mensagem na cimeira.

“A ocupação russa da Crimeia foi um ato inaceitável de agressão, uma clara violação do direito internacional. A Itália tem constantemente condenado a anexação e a militarização gradual da península por parte da Rússia”, disse Draghi, que expressou a sua preocupação “com o agravamento da situação dos direitos humanos na península”.

O Presidente polaco, Andrzej Duda, deslocou-se a Kiev no âmbito da cimeira da “Plataforma da Crimeia”, para conversações com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem reafirmou a determinação da Polónia em ajudar o país vizinho e sancionar Moscovo.

Muitos países, sobretudo da África e da Ásia, mantiveram uma política de neutralidade desde a invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, abstendo-se de a condenar.

Na Europa, alguns países, como a Hungria, também mantêm laços importantes, especialmente energéticos, com a Rússia.

A primeira cimeira da “Plataforma da Crimeia”, na qual participaram representantes de cerca de 50 Estados, realizou-se em Kiev em agosto de 2021.

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