“Isso depende das propostas quando elas aparecerem. Daquilo que temos ouvido o PSD dizer, e conhecíamos que era a vontade do PSD, não tenho nenhuma expectativa positiva. Se é para repor os cortes nos vencimentos, se é para fazer o corte que tinham prometido fazer de 600 milhões de euros nas pensões, são propostas que não geram nenhuma expectativa positiva e que serão certamente rejeitadas pela maioria na AR”, declarou António Costa.
O primeiro-ministro, que falava numa conferência de imprensa após uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reagia a uma questão sobre as declarações do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que em entrevista ao jornal Público admitiu haver a possibilidade de os sociais-democratas apresentarem propostas para o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017).
Relativamente a críticas do líder do PSD por alegadamente o Governo não querer baixar impostos, António Costa considerou que “deve resultar ou de uma má compreensão do que foi dito ou de alguma desatenção” de Pedro Passos Coelho “daquilo que consta do Orçamento de Estado, que é não só uma redução global da carga fiscal em 2017, talvez como houve uma redução da carga fiscal em 2016, como uma redução concreta de vários impostos importantes”.
“Portanto, essa do nunca baixarmos impostos, não. Temos mesmo estado sempre a baixar impostos”, afirmou.
O líder do PSD considerou que o Orçamento do Estado para 2017 é mau, não tem uma estratégica de crescimento para o país e que há a possibilidade de os sociais-democratas apresentarem propostas.
“Este Orçamento é um mau Orçamento. Porque, apesar de aparentemente cumprir os objetivos de redução do défice, não tem uma estratégica de crescimento para o país”, afirmou Pedro Passos Coelho num excerto de uma entrevista dada ao Público, hoje divulgada.
Segundo Pedro Passos Coelho, o PSD vai “definir a sua posição relativamente não só às grandes questões do Orçamento”, mas também “definir, com clareza, que espaço é que pode existir” para o partido apresentar propostas.
“Não excluo essa possibilidade, embora muito coerentemente exclua que o PSD entre naquilo a que se chama a mercearia orçamental. Portanto, não vamos andar a fazer propostas avulsas, sobe aqui, desce ali”, disse Pedro Passos Coelho.
O primeiro-ministro, António Costa, também falou sobre a política europeia para as migrações e disse que esta é "condição essencial para a estabilidade" do fluxo migratório para a Europa, com intervenção nos países de origem.
"As migrações devem ser tratadas na origem", disse António Costa, em conferência de imprensa no final do Conselho Europeu, elogiando as parcerias feitas no âmbito das parcerias feitas, nomeadamente com o Níger, a Nigéria, o Mali e a Etiópia.
Uma política europeia nesta matéria, considerou, "é condição essencial na relação de vizinhança", bem como para a gestão saudável dos fluxos migratórios.
"Assegurar a paz e a segurança é essencial", declarou o primeiro-ministro.
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