Assunção Cristas fez este anúncio em declarações aos jornalistas, após uma reunião do CDS-PP com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa, em que também participaram os dirigentes centristas Adolfo Mesquita Nunes, Nuno Magalhães, Telmo Correia e Cecília Meireles.

"Já no início da próxima semana daremos a conhecer um conjunto de propostas orçamentais por parte do CDS. Isto sem prejuízo de, depois, uma vez conhecido o texto do Orçamento, podermos certamente apresentar mais propostas ao longo do processo orçamental", afirmou.

A presidente do CDS-PP nada adiantou quanto ao conteúdo dessas propostas e, embora ressalvando que espera para conhecer a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2018, colocou "um ponto de interrogação quando se fala de margem para baixar impostos".

Segundo Assunção Cristas, esta interrogação surge porque há "muitas áreas onde sistematicamente faltam recursos - a saúde é talvez a mais visível, mas a área da educação, a área dos transportes públicos, a área da segurança".

A presidente do CDS-PP disse ter transmitido ao Presidente da República, neste encontro, que o seu partido terá "uma postura muito ativa, muito propositiva" durante o debate orçamental.

Sem dar exemplos, acrescentou que o CDS-PP "continuará certamente a apresentar" propostas já rejeitadas anteriormente, que no seu entender "continuam muito atuais".

Interrogada se a situação do PSD é uma oportunidade para o CDS-PP ganhar espaço, Cristas não respondeu diretamente, mas considerou que os resultados das autárquicas de domingo constituem "um sinal de encorajamento e de ânimo".

"Isso resulta de muito trabalho, portanto, o que temos de fazer é trabalhar para demonstrar a todos os portugueses que nós temos uma alternativa para uma governação de centro-direita em Portugal. Temos propostas concretas, vamos certamente discuti-las com todo o país, ouvir todo o país", prosseguiu.

O CDS-PP está preparado "para outros ciclos eleitorais que no futuro se vão desenhar" e pretende manter-se uma "oposição firme, acutilante e sempre construtiva, sempre pró-ativa, liderando em muitos pontos a agenda das propostas", afirmou.

Assunção Cristas referiu que nesta sessão legislativa o CDS-PP tenciona apresentar propostas na área da justiça e não exclui "o uso de qualquer instrumento parlamentar que seja útil para descobrir tudo o que se passou e para aferir responsabilidades" sobre o caso de Tancos e os incêndios de Pedrógão Grande.

De acordo com a presidente do CDS-PP, estes dois casos, assim como as questões orçamentais, foram abordados no encontro de hoje com o Presidente da República, que começou na segunda-feira a ouvir os sete partidos com assento parlamentar.

Questionada sobre as autárquicas, Assunção Cristas referiu que o tema não foi falado nesta reunião, e reiterou que será "vereadora da oposição" em Lisboa, onde a lista que encabeçou foi a segunda mais votada.

"Nós vamos apresentar propostas na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e espero que algumas delas possam fazer o seu caminho", declarou, prometendo também a nível municipal "uma oposição certamente muito atenta, muito fiscalizadora, muito firme, mas sempre muito construtiva".